Conforme a presidente do sindicato que representa a classe (Sinetran-MT), Daine Renner, a decisão de colocar fim ao movimento foi resultado por parte de um atendimento do governador em exercício, Carlos Fávaro (PSD), que, em reunião nesta terça (7), afirmou que em 2019 irá conceder o reajuste salarial dos servidores.
A greve foi iniciada em 11 de setembro. Ano passado, de 11 de setembro a 29 de outubro a arrecadação do Detran-MT foi de R$ 39,2 milhões, no mesmo período deste ano a arrecadação foi de R$ 30 milhões. Houve uma redução de R$ 9,1 milhões durante a greve se comparado com o ano passado. Na semana passada o Tribunal de Justiça autorizou o corte de ponto dos servidores grevistas.
A presidente do sindicato reforça que foram 10 meses de negociações difíceis, mas o governo não facilitava. Cita ainda que o sindicato procurou o núcleo de medição do Tribunal de Justiça para se chegar a um acordo com o Executivo em audiência de conciliação. O governo chegou a faltar em um dos encontros.
Apesar disso, Daiane considera um avanço a proposta de Fávaro de conceder o reajuste em 2019, visto que há seis anos a tabela salarial da categoria não é atualizada. "Para nós representa um avanço. Em saber que a categoria não vai estar condenada aí a amargar pelos próximos anos com uma tabela defasada da maneira como está, após seis anos sem atualização", pontua.
Conforme a sindicalista, a Assembleia ainda aprovou uma emenda constitucional que garante que as categorias do Detran, da Segurança Pública e do sistema prisional tenham abertura para discutir tabela salarial na PEC do Teto dos Gastos. Entre os parlamentares que defendem a bandeira dos servidores estão Janaína Riva (PMDB) e Alan Kardec (PT).
Movimento grevista
Com 15 dias de greve, a falta de diálogo entre a categoria e o governo chegou a resultar a paralisação de cerca de 10 mil processos, segundo o Sindicato dos Despachantes. O setor para renovação e confecção da Carteira Nacional de Habilitação também foi prejudicado pelo movimento.
A situação ficou tão grave que, o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado (Angenciauto), Ricardo Laub, temeu que as revendedoras não consiguissem pagar a primeira parcela do 13° dos funcionários por conta da greve.
Segundo ele, a paralisação implicou diretamente nas vendas, com prejuízo estimado em R$ 350 milhões, somente em outubro. Ocorre que as revendedoras não estavam conseguindo fazer transferências de documentação dos veículos, mesmo a autarquia alegando que os serviços funcionam parcialmente.
Esta foi a quarta greve dos servidores da autarquia em três anos da gestão Pedro Taques (PSDB). O setor é representado por 986 servidores distribuídos em 62 Ciretrans, além da sede na Capital. No primeiro dia da greve, mesmo que parcialmente, apenas 22 unidades funcionaram.