O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho (PSB), agradeceu a lembrança de seu nome para presidir o diretório regional do Democratas, sigla para onde ele deve migrar nos próximos meses salientando, porém, que não está pretendendo comandar a agremiação. As declarações foram dadas em entrevista a edição do Jornal do Meio Dia. “Não sou presidente do DEM. Nem estou pretendendo. Agradeço a lembrança, as pessoas que estão citando meu nome”, esquivou-se o deputado estadual.
Botelho teve o nome cogitado pelo ex-governador de Mato Grosso, Júlio Campos, cacique histórico do partido, que recentemente vem dando declarações sobre sua preferência por Botelho – uma das principais lideranças dos chamados ‘dissidentes’ do PSB no Estado, ao lado do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, dos deputados federais Fábio Garcia e Adilton Sachetti, dos deputados estaduais Professor Adriano e Oscar Bezerra, além de outros. O grupo não aceita a presidência de Valtenir Pereira, que deixou o PMDB para comandar o PSB mato-grossense em junho deste ano.
As negociações, porém, passam pelo diretório nacional do DEM e são comandados por dois dos maiores nomes do partido atualmente - o senador e presidente da sigla, José Agripino Maia (DEM-RN), além do presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ). Eduardo Botelho também comentou a investida de Fábio Garcia, outro que deve migrar ao DEM, que pleiteia a presidência da sigla em Mato Grosso.
Segundo Jayme Campos, outro cacique histórico do DEM no Estado, Rodrigo e Agripino Maia teriam ‘oferecido’ à Garcia a chefia do diretório regional. O presidente da AL-MT, no entanto, disse que o deputado federal precisa “construir” esse projeto. “Evidentemente, se o deputado Fábio Garcia, para ele ser presidente, e ele tem essa vontade, ele tem que construir isso dentro do partido. E ele está ciente disso. Ele vai construir isso, mas tem que ser uma construção. Ele não pode chegar sendo presidente”, aconselhou Botelho.
A definição da executiva do DEM em Mato Grosso pode impactar diretamente as eleições de 2018. Júlio Campos já disse, inclusive, que Eduardo Botelho poderia ser um dos nomes viáveis para a candidatura ao Senado – o que pode representar outra dor de cabeça ao governador Pedro Taques (PSDB), que vem tentando costurar alianças para ‘acomodar’ nomes que poderiam agregar apoio em seu projeto à reeleição.