De acordo com o TJMT, até o último dia 5 de março haviam sido contabilizados 13.084 processos de violência doméstica em Mato Grosso. De acordo com o juiz da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Comarca de Cuiabá, Jamilson Haddad Campos, estes casos atingem todas as classes sociais.

“Nós tivemos nestes primeiros meses 17 mulheres assassinadas em Mato Grosso e este é um número muito preocupante. A violência doméstica tem cada vez mais interagido em qualquer que seja a escala da pirâmide social, sejam pobres, classe média ou classe alta, todas estas classes tem seus representantes nas Varas de violência doméstica”, afirmou.

De acordo com o juiz, o Poder Judiciário tem buscado alternativas para dar respostas eficientes a estes processos. Ele afirma que se não fosse a Lei Maria da Penha, o cenário de violência contra a mulher seria pior. O juiz acredita que as vítimas tem confiado na Justiça.

“As vítimas estão confiando na Justiça, porque nós temos cada vez mais mulheres registrando a ocorrência, só nas duas varas aqui de Cuiabá nós temos milhares de processos, isto contando medidas protetivas, inquéritos que estão em andamento. Significa que elas estão confiando no judiciário, no sistema de Justiça, mas nós vivemos em uma sociedade patriarcal, de cunho machista, onde esta violência infelizmente ainda está reinando nestas relações humanas”.

Nesta semana do dia da mulher várias entidades, órgãos e setores da sociedade estão promovendo eventos para discutir a violência contra a mulher. A Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa, que acontece entre os dias 5 e 9 de março na Arena Pantanal, é um esforço concentrado para o julgamento de casos de violência doméstica. O juiz afirma que o Poder Judiciário tenta melhorar esta realidade.

“Precisamos ainda caminhar muito, é triste a estatística que o Brasil apresenta, mas estamos trabalhando duramente”, disse.