O procurador-geral de Justiça, Mauro Curvo, afirmou, em entrevista à Rádio Capital FM na manhã desta quinta-feira (8), que novas fases da "Operação Bereré" ainda virão. Ele ainda rebateu críticas feitas por políticos, dizendo que o Ministério Público Estadual (MPE) investiga fatos e não pessoas, e que é natural que investigados se sintam incomodados.
De acordo com o procurador-geral, o MPE investiga a EIG Mercados (antiga FDL) desde 2013, e que inclusive o órgão ministerial move uma ação tentando retirar a empresa deste serviço no Detran. Ele citou como exemplo o caso de que apenas uma pessoa, que emitiu cerca de 500 cheques.
“Desde 2013 o MPE move uma ação judicial visando retirar a FDL deste serviço no Detran. Tem cinco anos que estamos brigando e não tinha ninguém ainda falando que isso gerava propina, mas a gente já estava investigando. Estamos no início, na fase de apuração dos fatos. Já temos muitas provas documentais. Existem situações de pessoas que deram 500 cheques para outro, para lavar dinheiro”, afirmou.
Criticado pelos deputados Mauro Savi (PSB) e Eduardo Botelho (PSB), investigados na operação, Mauro Curvo explicou que é natural que investigados fiquem incomodados ao serem alvos do MPE, mas deixou claro que o foco está no fato, e não em pessoas.
“É papel do MPE defender os princípios republicanos e os cofres públicos. Temos provas robustas de que houveram desvios de recursos públicos oriundos do Detran e estamos investigando. Não investigamos pessoas, mas fatos. Eles que levam as pessoas, e muitas vezes, quando elas se veem investigadas, se sentem naturalmente incomodadas. Ninguém é melhor do que ninguém. Estamos apenas exercendo nosso papel constitucional”, pontuou.
Curvo também deixou evidente que a Operação Bereré terá novos desdobramentos e fases. Ele apontou que existem provas concretas e que segundo ele, está longe de terminar, inclusive confirmando que denúncias devem ser oferecidas para a Justiça em breve.
“Temos muitas provas e outras serão obtidas e assim vamos avançando. Em breve teremos pessoas denunciadas e providências da nossa parte. Ainda não sabemos quanto tempo levará para ser desencadeada uma segunda fase desta operação, e nem que soubéssemos, poderíamos avisar. Mas a situação está longe de acabar”, completou.