A delação do ex-governador Silval Barbosa ainda trará novas operações e desdobramentos. A revelação foi feita pelo vereador Marcelo Bussiki (PSB), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, que investiga o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, acusado no documento de ter recebido dinheiro de propina do ex-chefe do executivo estadual.
Bussiki afirmou, em entrevista ao site RepórterMT, que o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria Geral da República (PGR) negaram o compartilhamento das provas referentes a delação do ex-governador e de pessoas próximas a ele. A negativa, de acordo com o parlamentar, se deu por conta de que ela ainda terá desdobramentos.
Os pedidos de compartilhamento foram feitos pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pela CPI do Paletó. Bussiki esteve reunido em Brasília, na última semana com o procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Mauro Curvo, Patrícia Neves, chefe de Gabinete do ministro Luiz Fux, relator do processo, e Carlos Alberto Vilhena, subprocurador-geral da República.
“O STF ouviu a Procuradoria-Geral da República que emitiu um parecer pelo não compartilhamento das provas, neste momento, com a Câmara e nem com o Ministério Público Estadual porque é uma delação que tem desdobramentos”, disse Bussiki.
O primeiro desdobramento da delação do ex-governador foi a Operação Malebolge, deflagrada em setembro de 2017. De acordo com o vereador, as investigações não estão paradas e que a demora se deve ao tamanho da delação feita por Silval Barbosa, classificada como monstruosa pelo próprio ministro do STF, Luiz Fux. “As ações estão sendo realizadas e na conversa que tivemos lá, vários desdobramentos da delação estão sendo feitos e eles garantiram que não estão parados, mas a delação é grandiosa. Investigações estão sendo feitas e até que se ofereça a denúncia a PGR não vai compartilhar essas informações com a Câmara Municipal nem com o Ministério Público para não prejudicar a investigação que eles estão fazendo”, explicou.
Até o momento, a delação de Silval resultou na "Operação Malebolge". Os alvos foram deputados estaduais da legislatura passada que foram denunciados pelo ex-governador num esquema de cobrança de propina. Também tiveram mandados cumpridos cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, que também foram afastados dos cargos.