O Ministério Público Estadual (MP-MT) investiga uma denúncia de que três investigadores da Polícia Civil, lotados na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva), em Cuiabá, teriam exigido propina de R$ 20 mil de um homem suspeito de manter, na casa dele, um carro que seria roubado.
O procedimento preparatório foi instaurado no dia 13 de março pelo promotor de Justiça Reinaldo Rodrigues de Oliveira Filho, da 19ª Promotoria Criminal da Capital, para apurar suposto ato de improbidade administrativa. Após reunidas mais informações, o procedimento pode ser convertido em inquérito civil e resultar em ação na Justiça.
Os três servidores foram denunciados à Corregedoria-Geral da Polícia Civil. Um inquérito criminal e um processo administrativo disciplinar (PAD) foram instaurados contra os três policiais. O primeiro foi concluído e remetido ao MP e Judiciário. Já o PAD segue em fase de conclusão.
O inquérito policial instaurado pela Corregedoria foi remetido à 7ª Vara Criminal da capital, onde consta que a suposta prática de concussão (extorsão praticada por servidor público) teria ocorrido no dia 8 de fevereiro de 2017.
Nessa data, segundo o denunciante, os investigadores o procuraram em sua residência, no Assentamento Flor do Cerrado, zona rural de Cuiabá, afirmando que o carro que estaria na posse dele era produto de roubo.
Em seguida, os policiais teria determinado a apreensão do veículo, mesmo sem possuírem mandado de busca e apreensão, e ordenado à vitima para que dirigisse o carro até a Ponte de Ferro, sobre o Rio Coxipó.
Conforme a denúncia, durante o percurso, um dos policiais teria dito à vítima que eles precisavam fazer um "acerto" e que ele deveria pagar ao trio R$ 20 mil. Se não mantivesse tudo em segredo, os investigadores teriam ameaçado matar o filho dele, que estava preso. Apesar da ameaça, a vítima denunciou os policiais à Corregedoria-Geral da Polícia Civil.