Governo não cumpre acordo e rodovias voltam a ser bloqueadas nesta quinta em MT

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+ Cotidiano
Quarta, 22 Abril 2015 | DA REDAÇÃO

A reunião entre caminhoneiros e o governo federal, esta tarde (22.04), na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília, terminou sem acordo para estabelecer preço mínimo para o frete e a categoria definiu que será retomado, amanhã, o bloqueio nas rodovias federais em Mato Grosso e demais estados. Os motoristas já haviam ameaçado parar e bloqueá­las, a partir desta quinta, caso o acordo não fosse estabelecido. A decisão inicial é que veículos de passeio, caminhonetes e ônibus vão passar. Apenas carretas e caminhões com produtos perecíveis poderão seguir.

"Em Sorriso, Sinop e Lucas começam nesta quinta­feira a partir das 6h", informou, ao Só Notícias, o empresário de Lucas do Rio Verde, Gilson Baitaca, que integra a comissão de caminhoneiros que estava negociando com o governo. "Minas Gerais, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul, São Paulo já confirmaram adesões. Creio que movimento será mais forte que o anterior.

Estamos muitos unidos e o governo justificou risco de inconstitucionalidade da tabela do frete e deve estar tendo pressão muito forte de determinadas entidades representantes das tradings (multinacionais do agronegócio) que tem interesse de fazer a tabela do jeito deles, com valores que eles querem fixar, deixando os caminhoneiros no prejuízo. O governo tem força jurídica mas falta força política para resolver isso". Os caminhoneiros estão começando organizar as barreiras em várias cidades, uma delas é Lucas do Rio Verde, onde o manifesto anterior começou. Em Nova Mutum, a paralisação é cogitada para ocorrer na sexta­feira, informou uma fonte de Só Notícias, mas não está descartada adesão para amanhã.

O ministro da Secretaria­Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, propôs a construção uma tabela, porém, apenas referencial para o preço mínimo do frete. A proposta desagradou à categoria, que pedia a criação de uma tabela impositiva, ou seja, cujos valores passassem a ser adotados pelas empresas de transporte. A criação de uma tabela de frete é a principal reivindicação do setor, em nível federal. A proposta da tabela foi apresentada no dia 26 de março em uma reunião com representantes do governo federal. Porém, o mesmo havia pedido um prazo para analisar o contesto e dar uma resposta hoje.

O preço mínimo do frete considera os gastos com o caminhão no transporte como pneus, taxas e combustível. Um dos exemplos apresentados é de um trecho de 600 quilômetros, que corresponde aproximadamente o trajeto de Lucas do Rio Verde a Rondonópolis, em que o preço da tonelada seria de R$ 103,83. Hoje, conforme a representatividade do setor no Estado, o valor é de R$ 90, na safra. Em Mato Grosso, as BRs­163/364 chegaram a ter oito pontos de interdição em Rondonópolis, Cuiabá, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Diamantino, Sorriso e Sinop, por 12 dias, em fevereiro. A cobrança também foi para reduzir o preço do óleo diesel, o que o governo continua irredutível. No Estado, houve 'congelamento' do índices do ICMS sobre os combustíveis por alguns meses. A manifestação dos caminhoneiros causou desabastecimento de combustíveis, gás de cozinha e outros produtos em várias cidades do Nortão.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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