Cuiabana nota 1000 na redação do Enem estudou até 13h por dia
A cuiabana Thaís Fonseca Lopes de Oliveira, de 17 anos, que conseguiu tirar a tão sonhada nota 1000 na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), chegou a estudar até 13 horas por dia. A estudante acredita que, além do esforço, seu perfeccionismo tenha cooperado para o bom resultado. “Eu sou um pouco perfeccionista. Então [na escola] eu sempre fazia e refazia as redações até obter uma nota melhor. Eu fazia o texto e depois tirava dúvida com a professora. Ela sempre me deu muito suporte para corrigir os meus erros”, disse a jovem ao MidiaNews.
Cerca de 6,1 milhões de estudantes brasileiros fizeram o Enem em novembro de 2016. Apenas Thaís e mais 76 conseguiram alcançar a nota máxima na redação. Mais de 84 mil tiraram zero.
Muito religiosa - ela usa um crucifixo que acredita ter dado sorte na hora da prova -, a cuiabana diz que se sentiu confiante com o tema da redação, que era sobre a intolerância religiosa.
A jovem é aluna do Colégio Salesiano São Gonçalo, onde, segundo ela, o tema foi o primeiro assunto a ser abordado dentro de sala enquanto estudava para o exame, no começo do ano passado.
“Eu esperava um bom resultado. É que, além de eu ter me preparado desde o primeiro ano para desenvolver a redação, nós trabalhamos esse tema na sala de aula. Então eu estava preparada para escrevê-la. Só precisei adaptar um pouco à nova estrutura do que era pedido na prova”, contou.
Foco
Thaís diz que não tem segredo para o sucesso no exame. De acordo com ela, é preciso ter foco no que quer para seu futuro e estudar muito. No caso dela, o objetivo é conseguir uma bolsa de estudos para Medicina.
Durante três vezes na semana - que eram os dias em que tinha aula em período integral -, Thaís chegava a passar até dez horas dentro da escola, estudando. No final do dia, quando chegava em casa, ainda encontrava disposição para mais três horas.
A estudante já tem definida sua meta para o futuro. “Quero Medicina porque tenho certeza que é uma profissão com a qual eu me identifiquei desde mais nova. É onde posso ajudar as pessoas diretamente e onde pretendo fazer projetos sociais”, argumentou. Apesar de muitas horas de estudo, a jovem consegue tirar um tempo para o lazer com a família, realizar caminhadas e sair com as amigas. Porém nas horas vagas o que ela gosta mesmo é de ler.
“Eu costumo ler livros de ficção, de filosofia ou literatura brasileira. Durante o final de semana, eu passo um tempo com a minha família, mas mesmo assim também estudo”, explicou.
A professora de redação com quem Thaís estudou durante todo o ano passado para o exame, Marijane Martins, de 46 anos, se disse muito orgulhosa pela aluna e afirmou que todos são capazes de obter o mesmo resultado. Além de Thaís, o colégio São Gonçalo teve mais sete alunos que tiraram a nota 980 na redação e mais 9 que tiraram 960.
“Esse aluno precisa ter muita disciplina, se organizar para estudar, produzir muitos textos sobre os mais variados tipos. E quanto mais produzirem, melhor”, disse.
“Todos são capazes de tirar a mesma nota. A primeira coisa que eu falo para os meus alunos é isso. Independente de como ele foi no ano anterior, se o aluno souber aproveitar a aula que ele tem aqui, consegue o que precisa. O negócio é ouvir o que professor está dizendo, anotar tudo e estudar”, explicou.
A professora ainda diz que se sentiu muito orgulhosa pelo resultado da estudante.
“A gente fica orgulhosa e vê que está no caminho certo. Vemos que a forma como estamos ensinando é o correto. Isso é muito gratificante”, concluiu. A jovem, que conversou com a reportagem no início da manhã desta segunda-feira (29), ainda aguardava o resultado Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que saiu durante a tarde, para poder comemorar.