De nada adiantou a reunião realizada no início da noite desta segunuda-feira (05), entre o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), juntamente com os deputados Nininho (PSD) e Janaina Riva (MDB), o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sintep-MT) Valdeir Pereira e o diretor do Sindicato, Henrique Lopes.
“Ele só apresentou uma proposta que havíamos tido conhecimento pela imprensa e pelas redes sociais, mas nós, oficialmente, não recebemos nenhuma proposta do governo e só iremos nos manifestar quando ela chegar em nossas mãos de forma oficial”, disse Valdeir, em entrevista ao HNT/HiperNoticias, minimizando o efeito da reunião com o presidente da Assembleia, no contexto da greve que nesta segunda-feira, fechou seu 71º dia.
“A reunião com Botelho não significa que seja uma proposta oficial e concreta. Queremos assinada, em papel timbrado”, reforçou o sindicalista, acrescentando que quem tem responder pela proposta é o Executivo e não a Assembleia, “que, aliás, já apresentou um documento para a categoria, assinado por mais de 20 deputados, propondo o escalonamento, que o governo não aceitou”.
Valdeir Pereira se recusou a comentar, inclusive, a hipótese de os números apresentados por Botelho, serem verídicos e se o Sintep os aceitaria, ou não. Em resumo, o governo propõs repasse de 75% da sobra de receita do ano que vem, ao pagamento da RGA, e 25% seria repassado às leis de carreira.
Uma reunião na forma de assembleia geral deverá ser convocada, assim que o Sintep se considerar comunicado da nova proposta do governo. Isso deve ocorrer nesta quinta-feira (08).
Quanto ao “pacto” feito pelos deputados da base, de não mais cobrar do Executivo nova proposta para pôr fim à greve na Educação, o presidente do Sintep disse que “infelizmente essa é uma forma equivocada de encaminhar as coisas, mas quem tem a responsabilidade de apresentar proposta para a categoria é o governador, pois é ele quem responde pelas ações do Estado".
Pereira insistiu que "todos que vierem para dentro desse processo, somar, como é o caso da Assembleia Legislativa, são importantes, mas a proposta tem que partir do governo”.
Demissões
A orientação da Procuradoria Geral do Estado (PGE) de que o Executivo pode demitir os servidores que insistem em não retornar às salas de aulas, foi rebatida com ironia pelo dirigente sindical.
“O governo está somente requentando marmita velha. Não existe nenhuma novidade nisso. Ele já escreveu isso no documento desde o início da greve, dizendo que ia entrar com uma série de medidas, entre elas o corte de ponto, processos administrativos, destituições de cargos, substituições...".
"Então, quem corta salários e coloca mais de 40 mil famílias na condição de ter que pedir alimentação e sobreviver de cesta básica, tudo que ele puder fazer ele vai fazer. Agora, é claro que isso tem uma consequência, inclusive política. Isso que se está falando agora [demissões], para a categoria é um museu de grandes novidades”, salientou.
Sobre o alerta de Botelho de que a Lei 510/2013 (da dobra) “pode cair”, Valdeir Pereira fechou dizendo que “em se tratando de Mauro Mendes, tudo é possível”.