Empaer abre plano para demitir 340 servidores e enxugar folha de R$ 138 mi

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Sábado, 14 Setembro 2019 | FolhaMax
Com 55 anos de atuação (aniversário comemorado no dia 15 de setembro) a serviço do pequeno produtor, a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) luta para se reinventar e superar dificuldades causadas pela má gestão e dívidas ao longo dos últimos 20 anos. Ameaçada de fechamento no inicio da gestão Mauro Mendes (DEM), ao lado de outras empresas, a Empaer foi alvo de criticas públicas do governador, que apontou altos salários, como motorista recebendo R$ 15 mil e copeira R$ 13 mil.
A resposta a Mendes veio por meio de uma carta aberta defendendo a não extinção da empresa e explicando que salários como aqueles só se alcançavam no topo da carreira, com mais de 30 anos de serviço, e mais de 500 horas de curso de formação. 
A Empaer, então, recebeu um voto de confiança do governador e o presidente da empresa, Renaldo Loffi, começou um trabalho de reestruturação para dar continuidade à assistência técnica, a extensão rural e a difusão de tecnologia para o pequeno produtor.
“Quando assumimos a convite do governador, sabíamos que era uma missão bastante difícil, mas que é também uma missão muito gratificante: trabalhar com o pequeno produtor”, disse o presidente Renaldo Loffi, em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real. 
Com uma folha de pagamento anual de R$ 138 milhões, considerada alta pelo presidente, a Empaer aderiu ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) do governo e dos 642 funcionários, 348 estão aptos a entrar no PDV, o que vai dar uma enxugada na folha.
O principal desafio para que a empresa retome um serviço de qualidade na assistência técnica e extensão rural é enfrentar o sucateamento a que foi submetida nos últimos 20 anos, conforme a presidência da empresa. “O orçamento de custeio nosso é de R$ 5,5 milhões e nunca foi executado mais do que R$ 3 milhões, então devido a isso se sucateou mesmo”, constatou.
Na última gestão foi feito um concurso público e chamados 236 técnicos para a Empaer. Entretanto, eles não passaram por nenhuma capacitação para prestarem serviços nas áreas de pesquisa, extensão e assistência técnica. “Temos hoje uma equipe multidisciplinar muito competente, mas está faltando a estrutura para, de fato, chegar àquela assistência que nos conhecíamos na Empaer, que era feito nas propriedades. Precisamos de recursos para justamente estruturar todos os sistemas de assistência técnica”, indicou Loffi. 
Como parte da reestruturação e melhoria, Loffi anuncia que a empresa está instalando um sistema de gerenciamento de assistência técnica, com a utilização de diversos aplicativos. “Vai facilitar tanto para nossos técnicos como para os produtores receberem as informações técnicas”, afirmou.
ORIGEM DOS PROBLEMAS
O presidente da Empaer, Renaldo Loffi, relembrou a origem dos problemas da Empaer. Ele contou que na década de 70, 80, havia um serviço vinculado a um plano do governo federal e executado pelas empresas estaduais por meio do Sibrater (Sistema Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural). Durante o governo do presidente Fernando Collor de Mello (de 1990 até renunciar em 1992), esse sistema foi extinto e todos os estados tiveram que bancar os serviços. “Quando falamos de extensão rural não falamos somente de Mato Grosso, mas de todos os estados brasileiros que se encontram nessa situação e Mato Grosso não ficou diferente”, ressaltou Renaldo Loffi.
Atendendo a produtores nos assentamentos, a Empaer ressalta a necessidade da presença de técnicos na propriedade do pequeno produtor. “A presença do técnico assegura a subsistência do produtor e que muitas vezes não valorizamos .Se esse produtor fosse comprar no dia a dia esse alimento [que produz] e consome na propriedade, gastaria pelo menos um salário mínimo por mês”, disse o presidente, lembrando que o grande produtor também já passou pelo serviço da extensão rural. “Quem visita o pequeno produtor, senão a extensão rural? Então é muito importante a presença da Empaer para atender o pequeno produtor”, concluiu o presidente.  
ATUAÇÃO EM 135 MUNICÍPIOS
De acordo com a Empaer, a empresa atua em 135 municípios do Estado e está presente em 266 assentamentos e 931 comunidades rurais, atendendo anualmente 45 mil produtores rurais.
A Empaer é uma empresa pública do Estado de Mato Grosso, vinculada a Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (Seaf) e que tem como missão gerar conhecimento, tecnologia e extensão para o desenvolvimento sustentável do meio rural com prioridade à agricultura familiar. A agricultura e pecuária são atividades relevantes, especialmente por constituírem a base da geração de emprego, renda e da movimentação da economia dos municípios. 
De acordo com um estudo realizado pelos técnicos da Empaer, dos 104 mil agricultores familiares, 30% dos agricultores exercem a pecuária de leite como atividade econômica, seguindo para fruticultura, olericultura, mandiocultura, piscicultura, cafeicultura e outras.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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