Presidente eleita do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargadora Clarice Claudino da Silva rebateu a crítica de que "Judas teria feito estágio na Corte estadual para trair Jesus". Nesta segunda-feira (24), a chefe do Judiciário afirmou que a "carapuça" não a serviu.
Conforme divulgado pela reportagem, o apontamento foi feito pelo desembargador Sebastião de Moraes no último dia 13, data em que a nova presidência do Judiciário Estadual foi eleita. Moraes, que concorria à vice-presidência, recebeu apenas seu próprio voto e em seu discurso fez a alusão bíblica em tom de crítica.
No primeiro diálogo aberto à imprensa na condição de presidente do Tribunal, a desembargadora foi questionada sobre a fala do colega. Inicialmente, Clarice desviou das críticas, apontando que não repercutiria em "diz que me disse". Contudo, ao ser novamente perguntada sobre o episódio, deu seu posicionamento sobre o episódio.
"O que ele disse é um desabafo dele que eu não sei interpretar. A frase que ele disse virou meme. Eu nem ouvi por inteiro naquela hora. Minha emoção não me deixou nem escutar direito o que ele falou, mas depois eu vi que virou um meme. Infelizmente foi um desabafo ali na hora, no calor das emoções. A gente dá um desconto. Não me envolvo com esse tipo de coisa não", disse.
Presidente disse ainda que o comentário do desembargador não a alcançou e revelou que não houve repercussão negativa entre os colegas de Tribunal por conta das falas. À imprensa, Clarice afirmou ainda que os demais membros da Corte saberiam a natureza dos comentários de Moraes.
"Eu não sinto que foi para mim. Para mim, a carapuça não serviu. Todo mundo conhece o desembargador Sebastião, sabem que ele fala as coisas da boca para fora. Depois da sessão, ele mesmo se desculpou com todo mundo, ficou tudo certo. Não teve repercussão negativa entre a gente", afirmou.
Já o desembargador Juvenal Pereira da Silva, corregedor eleito do TJMT, disse que a fala de seu colega não foi “feliz” e ainda brincou dizendo que Judas não poderia ter passado pelo Poder Judiciário de Mato Grosso, pois viveu há mais de 2 mil anos.
“Eu acho que ele não foi feliz [no comentário], porque o Poder Judiciário tem 143 anos e Judas morreu mais de dois mil anos atrás, né? Então ele não teve oportunidade, o Judas, de passar pelo poder judiciário”.