"Fenda" expõe má qualidade de obra na BR-163 entre Nobres e Posto Gil
Uma rachadura no asfalto da rodovia BR-163/364, entre Nobres e Posto Gil, região Médio-Norte de Mato Grosso, na altura da Serra da Caixa Furada, além de favorecer graves acidentes, coloca em dúvida a qualidade do asfalto usado na obra de duplicação feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) no trecho de 45 km de extensão e que está custando R$ 227 milhões aos cofres públicos.
O Dnit chegou a anunciar como uma importante peculiaridade do empreendimento o fato de o trecho da serra, que tem nove quilômetros de extensão, ter recebido pavimento em concreto, o que seria para melhor atender ao tráfego intenso de cargas, que geralmente ocorre em baixa velocidade. “O pavimento rígido garante mais tempo de vida útil à rodovia”, proclamou o Dnit.
No entanto, a enorme fenda que se abriu na pista revela que não houve a devida preparação do barranco para o recebimento da obra, que não está totalmente concluída conforme o previsto.
Até agora está pronta a nova pista com duas faixas de rolamento com 3,6 metros de largura e acostamento de 3 metros. A pista antiga foi restaurada e alargada. Porém, a empreiteira contratada pelo Dnit ainda não concluiu a construção de três viadutos.
As obras estão em ritmo lento na travessia urbana de Rosário Oeste (entroncamento com a rodovia MT-010); outro no acesso ao município de Nobres (encontro com a MT-241) e o terceiro na localidade do Posto Gil (entroncamento com a BR-364, em direção a Diamantino).
O governador Silval Barbosa chegou a levar a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para vistoriar o andamento das obras de duplicação da BR-163 na altura da Serra da Caixa Furada. Na oportunidade, também visitaram o canteiro de obras da empresa Sanches Tripoloni, responsável pelos trabalhos, e conversou com o engenheiro responsável, Thiago Fernando Rocha.
“O trecho da serra é feito em concreto, o que garante uma maior resistência ao piso”, comentou a ministra, que inclusive chegou a destacar o pioneirismo no uso de coberturas infláveis para proteger as obras das chuvas. "Essa é uma demanda antiga da construção civil. Como fazer obras durante o período de chuvas. Este é um primeiro teste e acredito que vai levar a uma melhora na construção de rodovias no Brasil", disse Miriam Belchior, o que, no entanto, não impediu a rachadura na pista de concreto.