Governador acha que o povo precisa mudar “conceito cultural” ao olhar para as obras em andamento
O governador Silval Barbosa (PMDB) voltou a rebater as críticas feitas às obras da Copa do Mundo em Cuiabá, durante visita do ministro do Turismo na Capital, Vinicius Lages, na semana passada.
Na ocasião, ele fez uma comparação entre a Capital de Mato Grosso à da França, e afirmou que a população precisa mudar o “conceito cultural” ao olhar para as obras em andamento na cidade.
“Lá fora, você viajar e ver obra é algo chique, é coisa de país desenvolvido. Aqui, obra é transtorno. Tem que mudar esse conceito. Quando virem obras aqui, têm que pensar que essa cidade é desenvolvida, pujante, cresce 10% ao ano. É assim que o povo, lá fora, pensa culturalmente. Aqui, parece que atrapalha eu ter quase 70 intervenções (obras)”, disse.
Silval reclamou que as pessoas não reconhecem o seu empenho à frente do Estado para organizar a Capital para o Mundial e que preferem “colocar a situação como se estivéssemos implantando o caos”.
“Somos um Estado no centro do Brasil e, às vezes, nem todos têm a dimensão do que é esse evento. Eu trabalho quase 18 horas por dia. Vocês estão vendo o meu sacrifício para fazer [essa Copa] acontecer, mas não é todo mundo que tem a mesma dimensão do tamanho [desse evento]”, afirmou.
“Para alguns, é mais fácil criticar, jogar pedras, encher a paciência [...] Estamos implantando o desenvolvimento. Eu estou muito seguro do que estou falando e do resultado depois, quando nós formos desfrutar [disso] e eu for andar com vocês dentro do VLT”, completou.
O governador afirmou que a população precisará enfrentar transtornos durante o Mundial, mas que deve ver isso com naturalidade, uma vez que é o mesmo que ocorre no mundo inteiro.
Como exemplo, ele comparou a Capital de Mato Grosso com o que acontece naa França, que, segundo ele, é considerado o “país mais desenvolvido da Europa”.
“Lá, se você quer ir ao museu, você enfrenta fila. Aqui, vem um e pega uma fila com dois ou três à sua frente e já fica chiando. Isso lá é normal. Se você vai visitar a Torre Eiffell, tem que pegar uma fila do tamanho do mundo. Você vai pegar um transporte público, é aquela fila, aquele transtorno. E é um país que está 1.500 anos na nossa frente”, disse.
Silval ainda desabafou que “ninguém faz transformação do dia para noite”, mas que acredita que Cuiabá conseguirá fazer uma grande Copa do Mundo, baseado na receptividade da população aos turistas.
“Ninguém transforma o Estado em quatro anos, como muitos querem. Vamos fazer o que é possível e vamos receber bem e com uma grande estrutura os nossos turistas. Vamos atender da forma que sempre o povo cuiabano e mato-grossense fez. É um povo amável e hospitaleiro”, afirmou.
VLT
Silval aproveitou também para defender a execução da obra de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), orçada em R$ 1,5 bilhão e que antes era esperada como um transporte moderno para os turistas, durante a Copa do Mundo.
“A turma vê esse transporte que vai ser instalado aqui e pensa: pôxa, uma cidade do interior do Brasil vai ter um transporte de melhor qualidade do que tem na Europa e nos Estados Unidos. Porque aqui o nosso VLT é novo e moderno, com o que tem de melhor tecnologia do mundo”, disse.
O governador reconheceu que a qualidade do transporte público hoje oferecido na Capital fica aquém da média, quando o quesito é qualidade.
“Estamos trabalhando para melhorar o transporte público. Por isso, o VLT é o primeiro transporte da América Latina, de qualidade, pensando nas pessoas. Estamos conversando com as empresas e vamos ter transporte de qualidade para atender às pessoas. Talvez, não à altura do que queríamos, que era muito melhor, mas teremos o necessário para atender os nossos turistas”, afirmou.