Investigação da Polícia aponta desvio de verba pública em Campo Novo do Parecis
Uma obra localizada no Bairro Jardim das Palmeiras em Campo Novo do Parecis, iniciada no dia 02/07/2012 com previsão de término para o dia 02/01/2013, ao custo inicial total de R$ 902.014,26, virou alvo de investigação da Polícia Civil de Campo Novo do Parecis.
Em coletiva de imprensa realizada hoje (29), na Delegacia de Polícia Civil Regional de Tangará da Serra, o Delegado de Campo Novo do Parecis, Luiz Henrique Damasceno, detalhou todo o inquérito que foi finalizado em apenas 10 meses de investigações.
O início das investigações deu-se após denúncia de corrupção ativa e passiva de um dos donos da Beta Empreendimentos, Bartolomeu Alonso de Arruda, responsável pela obra das salas de aula localizadas na Rua Rouxinol, Bairro Jardim das Palmeiras em Campo Novo do Parecis.
Através de escutas telefônicas e quebra de sigilos bancários autorizados pela justiça, realizadas pela Regional de Tangará da Serra, foram apurados depósitos nas contas da ex-assessora [Marisa Tomaz da Silva] do então Secretário de Infraestrutura de Campo Novo do Parecis, José Carlos de Musis, que utilizou da conta da assessora para receber parte do dinheiro que no entender, trata-se de dinheiro de corrupção. O ex-secretário responderá pelo crime de corrupção passiva.
Para tentar mascarar o dinheiro ilícito, parte era depositado na conta da assessora e na conta de uma empresa de Cuiabá. A polícia descobriu que um dos sócios da empresa é irmão de José Carlos de Musis.
Em relação a ex-assessora, houve uma movimentação em sua conta bancária, desproporcional ao que ela recebia no ano de 2012, chegando a movimentar R$ 240 mil reais em dois anos. Parte do dinheiro foi arrecadado no período de campanha eleitoral do ano de 2012, o que será alvo de uma nova investigação.
As investigações concluíram que remessas de materiais de construção da Prefeitura de Campo Novo do Parecis, destinadas exclusivamente para obras próprias, foram usadas na construção das salas de aulas. Ou seja: Houve duplicidade na aquisição dos materiais. Ficou provado também que Bartolomeu Alonso de Arruda, sócios da Beta Empreendimentos, repassou R$ 80 mil reais para José Carlos de Musis, sendo R$ 25 mil reais na conta da assessora, R$ 25 mil reais entregue em mãos e R$ 30 mil reais na conta do irmão do ex-secretário.
A polícia também investiga que parte do dinheiro, foi usado para pagar um produtor de eventos deCampo Novo do Parecis no período eleitoral de 2012.
Outras ações referentes a outras empreiteiras suspeitas poderão ser abertas a partir das investigações mencionadas hoje.