O desembargador José Zuquim Nogueira não irá mais analisar monocraticamente o recurso pedido pela defesa do deputado estadual Mauro Savi (DEM). Com isso, a soltura do parlamentar, preso desde a deflagração da Operação Bônus (segunda fase da Operação Bereré) será analisada pelo Pleno do Tribunal de Justiça, nesta quinta-feira.
Serão os 30 desembargadores do Tribunal quem decidirão se Savi responderá as acusações de ser um dos líderes do esquema que desviou mais de R$ 30 milhões do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) em liberdade. Zuquim, com isso, voltará suas atenções aos demais acusados pelo Ministério Público, presos durante a operação.
O desembargador decidirá, até sexta-feira, se mantêm a prisão preventiva dos outros cinco acusados, e também se irá remeter os processos para a primeira instância, já que nenhum deles possui foro por prerrogativa de função. Também é esperado que ele decisa sobre o acolhimento, ou não, da denúncia ofertada pelo Ministério Público Estadual.
Além de Mauro Savi, estão presos o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, o advogado Pedro Jorge Zamar Taques e os empresários José Kobori, Claudemir Pereira dos Santos e Roque Anildo Reinheimer.
O desembargador determinou a prisão preventiva do parlamentar e dos demais acusados de participarem do esquema de desvio de recursos do Detran atendendo ao pedido do Ministério Público Estadual (MPE). A prisão foi cumprida no dia 9 de maio e, no dia 14, a defesa de Mauro Savi ingressou com pedido de habeas corpus.
Mauro Savi é apontado como um dos líderes do esquema de desvio de recursos no Detran de Mato Grosso, que teriam resultado em um prejuízo de R$ 30 milhões aos cofres públicos. Na denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual sobre a operação Bereré, foram apresentados 37 fatos ocorridos entre os anos de 2009 a 2016.
O esquema girou em torno da contratação da empresa responsável pela execução das atividades de registros junto ao Detran dos contratos de financiamentos de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil e de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor. Na ocasião, para obter êxito na contratação, a empresa se comprometeu a repassar parte dos valores recebidos com os contratos para pagamento de campanhas eleitorais.
Na segunda fase da operação, foram presos os primos do governador Pedro Taques (PSDB), Paulo Cesar Zamar Taques (ex-secretário da Casa Civil) e Pedro Jorge Zamar Taques. Além deles, foram presos também o empresário Roque Anildo Reinheimer, o ex-CEO da EIG Mercados, José Kobori, o deputado estadual Mauro Savi (DEM) e seu assessor, Claudemir Pereira dos Santos, o Grilo.