O ex-secretário da Casa Civil, o advogado Paulo Taques, ingressou ontem às 16h15 com um pedido de habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça. Ele está preso no Centro de Custódia de Cuiabá desde o último dia 9 após a "Operação Bônus", que é a segunda fase da "Bereré".
O advogado é acusado pelo Ministério Público Estadual de ser o "mentor intelectual" na atual de gestão de um esquema que teria desviado cerca de R$ 30 milhões entre 2009 e 2017 do Detran (Departamento Estadual de Trânsito). As investigações apontam que Paulo Taques teria recebido cerca de R$ 2,6 milhões da empresa EIG Mercados, antiga FDL, através do executivo José Kobori, também preso na mesma operação.
O pedido de liberdade do ex-homem forte do Palácio Paiaguás é assinado pelos advogados Cláudio de Alencar, Maria Antunes Lima e Pedro Correa Pertence. Os profissionais fazem parte do escritório do ex-ministro do STF, Sepúlveda Pertence, que atua na defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em decorrência da "Operação Lava Jato".
O habeas corpus será analisado pela ministra Maria Thereza de Assis Moura. Na semana passada, ela negou a liberdade ao deputado estadual Mauro Savi (DEM) e também recusou trancar as investigações.
Além de Paulo Taques, a ministra analisará provavelmente ainda nesta terça-feira a revogação das prisões do advogado Pedro Jorge Zamar Taques e do executivo José Kobori. Em seu HC, Paulo Taques alega que não tinha gereência sobre o Detran no período em que comandou a Casa Civil entre 2015 e 2017.
O ex-secretário também assegura que nunca recebeu nenhuma vantagem indevida do esquema. É citado que na atual gestão o contrato entre Detran e EIG foi alterado passando para divisão dos valores arreacados.
Além de Paulo, Pedro Jorge, Savi e Kobori, estão presos pelo escândalo os empresários Claudemir Pereira dos Santos, o "Grilo", e Roque Anildo. A operação que resultou nas prisões foi baseada nas delações premiadas dos empresários José Henrique Ferreira Gonçalves e José Ferreira Neto, donos da EIG.