Taborelli viola tornozeleira 47 vezes e diz que é culpa do GPS; juiz pede informações

Um relatório do Sistema de Acompanhamento de Custódia aponta que o suplente de deputado estadual coronel Pery Taborelli (PSC) violou 47 vezes o uso da tornozeleira eletrônica, apenas no mês de janeiro. O uso do aparelho foi determinado como substituição da prisão decretada em dezembro passado por ausência de endereço e não comparecimento ao ato processual. A ação em questão trata-se da guia de execução penal, decorrente de uma condenação proferida pelo Juízo de Rosário Oeste, em 2011, de quando Taborelli atuava na Polícia Militar do município.

O relatório foi extraído do sistema em 20 de março e três dias depois a defesa de Taborelli tomou ciência, quando foi marcada a audiência de justificação. Depois disso, o coronel conta que ligou para a central de monitoramento para reportar a situação e descobriu que mesmo estando dentro de casa o GPS do aparelho informa que ele está fora da área demarcada. Ele acredita que o problema esteja no chip do equipamento.

Taborelli chegou a agendar a troca do aparelho para a manhã de 26 de janeiro, no Fórum de Cuiabá. Contudo, quando os agentes analisaram a tornozeleira disseram que o aparelho estava marcando o local onde ele estava naquele momento, de modo que o coronel foi orientado a avaliar o equipamento por mais um dia.

Uma nova troca foi agendada, pois o aparelho continuava demonstrando não estar calibrado. “Ocorre que, ao chegar ao Fórum no dia 27, não realizaram a troca do aparelho, alegando que o problema era pela localização do domicílio, uma vez que sempre em prédios geram problemas de naturezas semelhantes ao apontado, que eram a ausência de sinal, a estada fora da área de inclusão e outros”, argumenta a defesa.

Diante da permanência da situação, após o terceiro agendamento, o aparelho foi finalmente trocado em 9 de abril. Os problemas, no entanto, continuaram e se agravaram. “Haja vista que o tempo todo a tornozeleira emite um bipe alto e tremores; de dia é fácil mas, suportável; porém, de noite, é impossível dormir pelos barulhos e tremores do aparelho”, relata. Ao todo, Taborelli já fez três trocas do aparelho, ou seja, está na quarta tornozeleira.

O coronel passou por audiência de justificação no último dia 23, ocasião em que o juiz Wladys Roberto F. do Amaral, da Segunda Vara Criminal, requisitou à Central de Monitoramento informações sobre a tornozeleira.