Os 21 deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, que disputarão as próximas eleições, detém um patrimônio comparável a receita líquida de um dos municípios mais importantes do Estado. Os parlamentares que participarão do pleito deste ano acumulam R$ 337,3 milhões em bens.
Sinop, localizada a 500 km de Cuiabá, e considerada a “Capital do Nortão” com população estimada em torno de 140 mil habitantes, prevê uma receita líquida para 2018 da ordem de R$ 380,8 milhões. A diferença entre o patrimônio dos deputados estaduais e o município de Sinop é de apenas 13%.
Voltando um pouco no tempo, até 2015, os bens dos parlamentares ultrapassam a receita líquida da cidade, que foi de R$ 322,3 milhões naquele ano. Os bens de cada um dos deputados estaduais, no entanto, está longe de ser distribuído de maneira uniforme.
O “campeão” do Legislativo ou que pelo menos declarou mais bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é o parlamentar da oposição Zeca Viana (PDT), que informou possuir R$ 255.665.376,25 milhões em bens. Só em “terras nuas” – isto é propriedades rurais que não possuem edificações, ou cultivos agrícolas -, Viana disse ter mais de R$ 159 milhões.
Nas eleições de 2014, Viana tinha declarado ao TSE possuir R$ 87,4 milhões. Ou seja, ele teve um aumento no patrimônio de 192%.
Para se ter uma ideia, o “vice-campeão” em bens declarados à Justiça, Dilmar Dal Bosco (DEM), não possui nem 10% do que Zeca Viana. Dal Bosco, no entanto, não pode reclamar de sua ascensão econômica – sobretudo em tempos de crise.
Em 2014, ele declarou ter R$ 2.394.864,76 milhões. Já em 2018, o parlamentar informou a Justiça Eleitoral deter R$ 22.252.168,30 milhões em bens num aumento de 829%.
Outro deputado estadual que parece ter “ignorado” a suposta crise econômica no Brasil é Adalto de Freitas, o “Daltinho” (Patriota), que viu seu patrimônio crescer 55,5% entre os anos de 2014 e 2018. Passou de R$ 9,9 milhões para R$ 15,4 milhões.
PARLAMENTARES QUEBRADOS
Nem só de “marajás do cerrado” vive a Assembleia, no entanto. Por incrível que possa parecer, no grupo de parlamentares, também existem aqueles que não são milionários – caso do deputado estadual Allan Kardec (PDT), que declarou ao TSE um patrimônio de R$ 170,2 mil.
Outro exemplo é Romoaldo Junior (MDB), que está em seu 4º mandato como deputado estadual e já foi prefeito de Alta Floresta (812 km de Cuiabá). Ao que parece, entretanto, a política não vem sendo um bom negócio para o parlamentar, que viu seu patrimônio cair de R$ 260,5 mil em 2014 para R$ 87,4 mil em 2018 – diminuição de 66,4%.
DECLARAÇÕES DOS DEPUTADOS
Baiano Filho (PSDB) - 2018: R$570.445,42 – 2014: R$149.300,00