Começou neste domingo (3) o 1º dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018. Em Mato Grosso, foram 96.793 inscritos, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep). A reportagem do acompanhou o movimento da abertura e fechamento dos portões, entre 11h e 12h do horário local, na região da avenida Beira Rio, em Cuiabá. Durante o tempo de 5h30, o candidato deverá realizar a prova de conhecimentos em ciências humanas, redação e linguagens.
Clarelis Natália de Andrade Silva, 19, chegou 20 minutos antes do portão abrir. A estudante do 6º semestre de Direito relata que só chegou adiantada por conta da ansiedade da irmã que presta o exame pela 1ª vez. “Estou tranquila com a prova e confiante também. O objetivo é conseguir um bom desempenho para entrar na [Universidade Federal de Mato Grosso] (UFMT) e continuar meu curso lá”, explicou.
Em meio à mudança do horário de verão, a universitária considera como ponto negativo para os candidatos. “Atrapalha muito porque há celulares que não atualizam automaticamente e deixam as pessoas perdidas. Sem falar que a gente perde 1 hora de sono ao adiantar o relógio”, afirma.
O vendedor de salgados, Gilberto Vieira, 45, levou bebidas para a porta do local de provas do Enem.
O trânsito na região estava lento, mas a movimentação era pequena conforme os comerciantes. “Tá bem parado em relação aos anos anteriores”, disse o vendedor Gilberto Vieira de Araújo, 45, que há 4 anos leva bebidas, canetas entre outros para vender em dia de provas do Enem.
Além do paradeiro, o comerciante reclamou da dificuldade nas vendas. “Caiu muito, tanto no meu dia-a-dia, onde vendo salgados, como aqui. Tá muito parado. A crise econômica tem afetado muito as vendas”, pontuou.
Eduardo Souza, 23, faz parte de um grupo jovem que fazia orações aos candidatos do Enem.
Para dar apoio aos candidatos, um grupo de jovens se presta a oferecer orações e palavras de incentivo nesse dia intenso para muitos. “Nos sentimos muito pressionados nesse dia”, afirma Eduardo Souza, 23, que já prestou o Enem e cursa o 5º semestre de Direito. “Para aliviar essa ansiedade a gente oferece uma oração para que esse candidato se esvazie da tensão do momento, para que ele se livre do medo e do fracasso”, completa.
Thiago Santos, 18, chegou exatamente no horário do fechamento do portão e perdeu a prova.
Teve candidato que não conseguiu chegar a tempo e ficou sem fazer a prova. Thiago dos Santos, 18, chegou exatamente ao meio-dia e encontrou com o segurança da Universidade de Cuiabá (Unic) Beira Rio 2 fechando o cadeado. Morador do bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, o rapaz contou que chegou a tempo, mas demorou para estacionar. “Vim rapidão, não peguei trânsito”, afirmou ao dizer que não saiu mais cedo de casa porque acordou tarde.
Outra atrasada foi a radiologista Geane Martins de Oliveira, 32, também moradora do Cristo Rei. “Foi o horário de verão. Achei que ia fechar 1h [da tarde]”, relatou. Ela disse que ia tentar a prova para fazer a faculdade de Direito. “Agora vai ter que fazer o que, né. Não tem que fazer mais nada, só deixar para o ano que vem”.
Romulo Souza, 25, Anttônio Paes, 22, Thiago Viana, 22, e Pedro Leicas, 26. (Em pé) Tom Wesley, 26, Kairo Lamounier, 21, e Vitor Mendes, 21. (Sentados)
A exemplo de ediações anteriores, um grupo de jovens que se reuniu em frente ao local de prova apenas para “assistir de camarote” a chegada dos atrasados. Entre os rapazes, estudantes de Medicina, Direito, Gngenharia Civil e Agronomia. “Viemos aqui para acolher eles”, garantiu Vitor Mendes, 21, sentado em uma cadeira de praia, ao lado dos amigos e com caixas térmicas cheias de cervejas.
A expectativa dos rapazes, entre 21 e 26 anos, é o 2º dia de provas para acompanhar a chegada dos atrasados e oferecer “consolo” no Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura (ICEC). “Lá vai estar mais movimentado”, prevê Kairo Lamounier, 21.
Dos amigos, apenas um não cursa a universidade. “Em 2016 fui fazer a prova, cheguei atrasado e me f***, ” lembra Tom Wesley, 26, ao contar que não tentou novamente, mas que gostaria de ter tido um “consolo” na época.