“Eu tenho dois filhos pequenos, um de um ano e quatro meses e uma menina de nove anos. Meus familiares ficaram todos desesperados. Foi por Deus que ele não me matou. Ele tentou fugir do local ainda, mas meu colega conseguiu segurá-lo. Um minuto depois passou um policial e deu voz de prisão pra ele”, disse o gari ao Olhar Direto.

Questionado sobre a soltura do responsável por causar o acidente, Misael comentou que o sentimento é de impunidade: “Sabemos como é o Brasil. A impunidade é que prevalece. A vítima que acaba sofrendo. Somos nós que ficamos com sequelas”.

O juiz Geraldo Fidélis Neto foi quem concedeu a liberdade provisória do acusado. Sebastião está proibido de sair de Cuiabá e se comprometeu a comparecer em juízo na sequência dos atos processuais. A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) já havia sido apreendida pela Polícia Militar.

Policiais militares e civis que atenderam a ocorrência realizaram o teste de bafômetro com o motorista, que confirmou que ele havia ingerido bebida alcoólica (0,54 mg/l) antes de dirigir o veículo.

O caso

Um homem que conduzia um carro de passeio de uma empresa que presta serviços de telefonia foi preso após colidir o veículo em um caminhão que fazia coleta de lixo na Avenida Archimedes Pereira Lima (Moinho), na madrugada deste domingo (25). Um dos garis que estava a trabalho ficou ferido e precisou ser encaminhado ao pronto-socorro de Cuiabá.

De acordo com a Polícia Militar, o condutor do Fiat Uno com adesivos da empresa colidiu na traseira do caminhão de lixo, local onde os garis estavam sendo transportados. A frente do carro de passeio ficou bastante danificada e os airbags chegaram a abrir.

O coletor de lixo Misael Feitosa de Almeida sofreu lesões corporais e foi encaminhado consciente em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao pronto-socorro.

Este já é o segundo acidente envolvendo garis em Cuiabá em menos de uma semana. Na última terça-feira (20) a procuradora aposentada Luiza Siqueira de Farias foi presa por atropelar Darliney Silva Madaleno, funcionário de uma empresa que presta serviços de coleta de lixo para prefeitura de Cuiabá, enquanto trabalhava.

A vítima ficou gravemente ferida e teve que amputar uma de suas pernas. A procuradora, que também ingeriu bebida alcoólica antes de dirigir, chegou a ser detida, mas foi solta em menos de 24 horas após pagar fiança de R$ 7,6 mil.