Servidores dizem que Mendes comete mesmos erros de Taques e cobram reunião com Governo
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Sábado, 05 Janeiro 2019
| OlharDireto
Em reunião na manhã deste sábado (5) para discutir sobre a determinação do Governo de escalonar o salário de dezembro, além de parcelar o pagamento do 13° de parte dos servidores públicos que está em atraso, representantes do Fórum Sindical disseram que não enxergam diferença entre o início da administração do governador Mauro Mendes (DEM), com a do ex-goverandor Pedro Taques (PSDB). Em nota, os sindicalistas também afirmaram que temem um calote e recordaram a greve que fizeram durante a gestão anterior.
“É lamentável como a história se repete. Primeiro a tragédia e depois como farsa. Essa nota emitida pelo Governo Mendes, no seu quarto dia de governo, soa como o calote que anunciou o Governo Taques em 2016, pouco antes da maior greve da história de Mato Grosso”, diz a nota emitida pelo Fórum Sindical.
Os servidores também disseram que Mendes, em seu quarto dia como governador está cometendo os mesmos erros que custaram a reeleição de Pedro Taques, como a falta de diálogo com a classe e com anúncios de escalonamentos feito pela imprensa, deixando toda classe surpresa.
“Além do mesmo modus operandi, da mesma prática de ‘dialogar’ com as categorias via imprensa, e não por meios de seus sindicatos, representantes de classe eleitos”, cita a nota de repúdio a medida tomada pelo governado.
O documento também explica que uma solicitação de reunião já foi feita no Palácio Paiaguas e que a suas promessas de campanha, como regularizar o pagamento dos salários, assim como o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) serão cobradas.
Veja a nota abaixo:
Nota de repúdio do Fórum Sindical dos Servidores do Poder Executivo do Estado de Mato Grosso
É lamentável como a história se repete. Primeiro a tragédia e depois como farsa. Essa nota emitida pelo Governo Mendes, no seu quarto dia de governo, soa como o calote que anunciou o Governo Taques em 2016, pouco antes da maior greve da história de Mato Grosso.
Mais uma vez estamos diante da narrativa de que a folha de pagamento de salários e direitos constitucionais como o 13° seriam o problema do Estado e que, por isso estaríamos vivendo uma crise financeira em Mato Grosso. Além do mesmo modus operandi, da mesma prática de ‘dialogar’ com as categorias via imprensa, e não por meios de seus sindicatos, representantes de classe eleitos, tal qual o governador para seus mandatos e responsabilidades institucionais, mesmo as mais duras.
Ora, população mato-grossense, veja os números e análise de fato quem são os responsáveis pelas mazelas que Mato Grosso vivencia. Primeiro, é importante que todas da sociedade saibam que Mato Grosso nunca teve decréscimo em sua arrecadação anual, de modo que só neste ano de 2018, entraram nos caixas do Estado, R$ 3,331 bilhões a mais que em 2017.
Segundo, é importante lembrarmos a todos que os incentivos fiscais triplicaram nos últimos 4 anos, sem qualquer efetividade no aumento no número de empregos formais pelos beneficiários ou cumprimento de quaisquer outras contrapartidas devidas, segundo relatório da Controladoria Geral do Estado apresentado esta semana, apenas se referindo ao Prodeic.
Terceiro, é importante lembrar que mesmo diante de uma sonegação bilionária (2,5 bilhões) como apontou a CPI da Sonegação, mal concluída, Taques não fez nada a este respeito para fechar a verdadeira torneira escoando impostos devidos ao Governo e, em conseqüência ao povo deste Estado, e agora, antes de apontar qualquer outra solução, ou mesmo diagnosticar as verdadeiras causas do problema do Estado, preferem o discurso fácil de ‘culpabilizar’ os servidores, seus salários, verba alimentar, como o salário de qualquer trabalhador brasileiro.
Por fim, e não menos importante, o Estado de Mato Grosso tem praticado a perversão de quebra de isonomia dos servidores dos Poderes Constitucionais, pois, enquanto os outros poderes gozam do privilégio da autonomia com duodécimos mais altos do Brasil, pagam salários e benefícios exclusivos, fazem investimentos e, até devolvem recursos; os servidores do Poder Executivo, responsáveis pela implementação das políticas públicas, pagam a conta com seus salários. A generalização do descumprimento das leis parece ser a lógica.
É importante que o governador Mauro Mendes cumpra suas promessas de campanha, quando declarou que não atrasaria salários e muito menos atacaria direitos adquiridos, por respeito aos seus eleitores, onde se incluem muitos servidores. Já solicitamos formalmente uma reunião com o Governo eleito e aguardamos reposta.
Lembramos, por fim, que toda sociedade de Mato Grosso perde com a decisão de atrasar o salário dos servidores. Perde o comércio que deixa de receber, perde o setor de serviços, turismo, a economia informal, etc. Apenas quem ganha com isso são os bancos, onde a maioria se socorrerá com empréstimos, e pagamentos de juros extorsivos, o que por vezes nos parece que seja o esperado pelos governantes de plantão.
Por fim, comunicamos aos servidores de nossas categorias que estamos atentos, em constante movimento e, apontando soluções junto a nem tão nova equipe econômica de Governo.
Alertamos a todos que é tempo de vigília, união e solidariedade da classe. Não é por que estão querendo pagar a uns deixando outros para trás que devemos deixar de lutar pelos que forem preteridos e pagos por derradeiro. Não é hora de deixarmos ninguém na mão. É tempo de união absoluta. Somos todos servidores e nossa sobrevivência depende de nossos salários. Não considerar isso é desumanidade. Servidores, uni-vos!
Fórum Sindical do Poder Executivo
Cuiabá, 5 de janeiro de 2019