Ex-secretário de MT recebeu propina de ex-ministro de Temer em aeroporto de SP

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Sexta, 26 Abril 2019 | FolhaMax
Ex-secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB) contou em delação premiada que utilizou mais de R$ 1 milhão, em caixa dois, para financiar as campanhas eleitorais dos deputados Wilson Santos, Carlos Avalone e Guilherme Maluf, todos de seu partido, em 2014. Este último renunciou à cadeira no parlamento para se tornar conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Além desses, haveria um quarto beneficiado, identificado apenas pela sigla AV, que Permínio diz não se lembrar quem é. As outras siglas de identificação de tucanos eram WS, AVA e GUI
Permínio afirmou que recebia valores a mando de Nilson Leitão (PSDB), presidente do partido à época, para fazer pagamentos de campanhas enquanto era titular da Seduc no governo Pedro Taques (PSDB). Para isso, usava até mesmo uma conta corrente pessoal para receber os depósitos, já que os recursos chegavam até ele em espécie.
Num desses depósitos, recebeu R$ 175 mil para distribuir nas citadas candidaturas, sempre dinheiro não declarado. A grana fora doada pela Editora Terra do Saber Ltda e, sempre segundo Permínio, Leitão revelou que essa editora também doou recursos não contabilizados para a campanha do ex-governador Pedro Taques (PSDB) por meio do primo, Paulo Taques.
A delação premiada do ex-secretário de Pedro foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na narrativa para esmiuçar o esquema aos ministros, detalhes como o de que Permínio foi “algumas vezes” até o ninho número 1 do tucanato, São Paulo, buscar malas de dinheiro com Ubiratan Queiroz, do Grupo Galvão, também enredada na Operação Lava Jato.
Pinto diz que se encontrou com Queiroz no Hotel Blue Tree a pedido de Leitão. Lá, o empresário entregou ao ex-secretário uma valise de tecido preta com R$ 150 mil em notas de R$ 100.
Logo após receber a bolsa com dinheiro, o operador financeiro do esquema fraudulento do PSDB dirigiu-se a uma agência bancária e o depositou em uma conta específica indicada por Leitão. Permínio contou que a conta, da qual somente ele e o presidente Leitão tinham a senha, era utilizada para fazer os vários pagamentos realizados a mando do ex-deputado federal.
Há mais revelações na delação em curso no STF, como a de que o ex-diretor da extinta CAB Ambiental, Ítalo Joffily Neto, seria o elo entre Nilson Leitão e o Grupo Galvão, desde 2009/2010, quando Leitão realizava consultorias para as empresas do grupo que prestavam serviços de água e esgoto.Em 2014, Permínio Pinto trabalhava no gabinete de Nilson Leitão em Brasília e, submetendo-se à ordem de seu chefe, retornou a São Paulo para buscar valise de tecido recheada com R$ 139 mil.
AEROPORTO
Nesse mesmo ano, Permínio encontrou-se com o ex-ministro das Cidades, deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE), no Aeroporto de Congonhas em São Paulo (PSDB). Leitão também enviou Permínio a um escritório de advocacia em São Paulo para buscar dois envelopes com dinheiro.
Os valores seriam R$ 69 mil e R$ 98 mil, dinheiro este depositado em contas indicadas por Leitão e operadas pelo ex-secretário para pagamentos e depósitos fraudulentos.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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