Grupo rival de Arcanjo no jogo do bicho seria controlado por Carlinhos Cachoeira

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Sexta, 07 Junho 2019 | OlharDireto
O delegado Flávio Stringueta, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), afirmou ter convicção que há alguém acima de Frederico Muller Coutinho, apontado como líder da 'FMC Ello', no esquema do jogo do bicho. O grupo de Frederico é apontado como rival do liderado por João Arcanjo Ribeiro na contravenção. Olhar Direto apurou a pessoa "acima" de Frederico seria o empresário Carlinhos Cachoeira, nacionalmente conhecido após um escândalo de corrupção do governo Lula.
Segundo a polícia, Frederico responderia a alguém do Estado de Goiás, enquanto a organização de João Arcanjo Ribeiro, a Colibri, teria ligação com alguém do Rio de Janeiro.
O ex-comendador João Arcanjo Ribeiro foi ouvido na tarde desta quinta-feira (6) na sede da GCCO, em Cuiabá. Além dele, a polícia colheu depoimentos de Laender dos Santos Andrade e Rosalvo Ramos de Oliveira, integrantes da Ello.
Até agora, apenas integrantes da Ello e João Arcanjo Ribeiro decidiram quebrar o silêncio ao serem interrogados. Frederico, no entanto, não disse nada à polícia quando foi levado para ser ouvido. O delegado acredita ser estratégia da defesa.
“Eu acredito que seja estratégia do advogado, está bem enrolado para ele então eles devem aguardar mais tempo para conseguir elaborar uma boa defesa, talvez seja isso. Há redução de pena para quem confessa. Se ele confessar e ainda fizer uma colaboração para cima, porque para baixo não serve, mas se ele fizer uma delação para pegar pessoas maiores do que ele, ele pode até responder todo o processo em liberdade e nem ser apenado no final”.
O delegado disse ter convicção de que há pessoas maiores que Frederico no jogo do bicho. Ele ainda disse que a linha de investigação é que João Arcanjo teria algum elo com um bicheiro do Rio de Janeiro enquanto Frederico responderia a alguém de Goiás.
“Existem pessoas para quem eles [respondem], do Frederico sim, a gente tem esta certeza. No caso do Arcanjo a suspeita que nós temos é que há um elo dele com o Rio de Janeiro, algum bicheiro do Rio de Janeiro, essa é a linha de investigação que vamos seguir. Os sorteios do jogo do bicho não eram feitos aqui, eram feitos no Rio de Janeiro e em Goiás, porque eles têm alguma relação próxima a alguém de lá”.
Conforme apuração do Olhar Direto, a pessoa de Goiás a quem Frederico responderia seria o empresário Carlinhos Cachoeira, que ficou nacionalmente conhecido por estar envolvido em um esquema de corrupção que buscava fundos para a campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores e do Partido Socialista Brasileiro no Rio de Janeiro.
A operação
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou na manhã do dia 29 de maio a Operação Mantus, com o escopo de prender duas organizações criminosas envolvidas com lavagem de dinheiro e com a contravenção penal denominada jogo do bicho.
A operação visou dar cumprimento a 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos justamente pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.
As investigações iniciaram em agosto de 2017, descortinando duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho em Mato Grosso. Ambas movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.
Uma das organizações seria liderada por João Arcanjo e seu genro, Giovanni Zem Rodrigues. A outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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