Detentos operavam esquema de tráfico internacional de drogas e munições

Imprimir
+ Polícia
Terça, 29 Junho 2021 | OlharDireto
Investigações da Polícia Federal, que resultaram na deflagração da ‘Operação Teseus’, nesta terça-feira (29), com objetivo de desarticular organização criminosa responsável pelo transporte de drogas e munições da região de fronteira seca do Brasil com a Bolívia para a região Nordeste do País, mostram que detentos do Nordeste operavam o esquema mesmo estando reclusos.
“Existia uma pessoa deste grupo que era responsável por intermediar a compra das drogas e munições junto ao país vizinho (Bolívia) e fazer o transporte de Mato Grosso até Estados do Nordeste”, explicou o delegado de Polícia Federal, Murilo de Oliveira Freitas, em entrevista coletiva.
Ainda segundo o delegado, pessoas que estão presas continuam operando o esquema, mesmo que ainda reclusas em unidades prisionais. “São de facções criminosas. Podemos fizer que tivemos um detento preso em Mato Grosso, onde foram cumpridos quatro mandados”.
Vários dos membros da organização criminosa movimentaram quantia expressiva de dinheiro. Um deles, apenas no primeiro semestre de 2019, conseguiu pulverizar R$ 9 milhões.
Até agora, a Polícia Federal conseguiu identificar cinco empresas de fachada, que eram utilizadas para lavar dinheiro e também fazer os pedidos fictícios de ração. Todos os alvos da operação tem relação direta com os presidiários, seja de parentesco ou coligação criminal.
A PF identificou que somente dois operadores do esquema, movimentaram em menos de dois anos, milhões de reais, valendo-se de uma empresa de fachada para camuflar a origem ilícita do dinheiro.
Foram indiciadas ao longo da investigação 49 pessoas, sendo que hoje são cumpridos 23 mandados, sendo quatro de prisão preventiva e o restante de busca e apreensão.
Além disto, a Justiça emitiu 49 ordens de sequestro de imóveis e veículos e bloqueio judicial de ativos financeiros em desfavor dos investigados. Grande quantidade em dinheiro também foi encontrada na casa dos acusados.
Participam da operação, aproximadamente 110 policiais federais, dando cumprimento aos mandados nos estados de Mato Grosso, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Bahia, Acre, Rio Grande do Norte, Paraíba e Goiás.
As investigações que resultaram na operação, tiveram início em agosto de 2020, quando a Polícia Federal em Barra do Garças/MT prendeu em flagrante delito um dos integrantes da organização criminosa que era responsável pelo transporte dos ilícitos em cargas de ração animal.
Após a prisão foi possível identificar um forte esquema de transporte de drogas e munições, composta por vários membros, dentre eles familiares de presos e internos de estabelecimentos prisionais. A droga adquirida na Bolívia, era transportada em caminhões, do Estado do Mato Grosso para a região nordeste do país.
Nome da operação
Teseu, é um personagem da mitologia grega, que em uma longa viagem em seu navio realizou substituições contínuas de peças, dificultando a resposta se seria o mesmo navio que saiu da origem. Seguidas reposições de peças fazem analogia ao processo de lavagem de dinheiro, que se vale de uma sequência de operações financeiras para dissimular a origem ilícita de recursos.
Em nota, a Secretaria de Estado e Segurança Pública (Sesp) informou que não houve cumprimento de mandado de prisão a nenhum detento em unidade penal do Estado pela Operação Teseu. Os detentos são de Petrolina-PE e não de Mato Grosso.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
Joomla 1.6 Templates designed by Joomla Hosting Reviews