Três suspeitos de importar, comercializar e transportar defensivos agrícolas ilegais foram presos em uma operação da Polícia Federal no oeste do Paraná, na manhã desta terça-feira (31).
De acordo com as investigações, a organização criminosa, sediada em Santa Terezinha de Itaipu, entrava no país com os produtos ilegais pelo Lago de Itaipu.
Também foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão em Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira, Ubiratã e Irati, no Paraná, e em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso.
Foram presos o homem apontado como líder do grupo e dois auxiliares dele.
Segundo a PF, a importação dos defensivos acontecia em pequenas embarcações que utilizavam portos clandestinos da região. Em seguida, os agrotóxicos eram armazenados em entrepostos em Santa Terezinha de Itaipu e Ubiratã até serem comercializados.
Os produtos eram distribuídos no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rondônia, Amazonas e Pará.
O produto importado pela organização era o benzoato de emamectina, que, segundo a polícia, era proibido no Brasil até 2017. Depois disso, o produto foi liberado em concentração máxima de até 5%, mas a organização usava concentrações até seis vezes acima do permitido.
De acordo com a Polícia Federal, a importação acontecia em comboios de três a cinco embarcações em direção agressiva, com risco de dano ambiental no Rio Paraná.
Investigações
As investigações começaram em fevereiro de 2019, a partir de apreensões de agrotóxicos vindos do Paraguai.
A polícia identificou que os suspeitos tinham relação com pelo menos dez prisões em flagrante por importação e transporte de defensivos ilegais no oeste do Paraná.
As investigações apontam que a organização realizava a importação clandestina dos produtos desde 2015.
Por serem produtos que podem causar danos ambientais e à saúde humana, a importação é regulamentada por órgãos como Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ibama e pela Anvisa.
De acordo com a PF, o grupo também é suspeito de receptar carros furtados e usá-los para o transporte dos produtos.
As investigações apontam, também, que a organização tinha o auxílio de um funcionário de uma agência bancária de Foz do Iguaçu para abertura de contas com documentos falsos para movimentação do dinheiro do grupo.
Os suspeitos são investigados pelos crimes de importação e transporte de agrotóxicos ilegais, receptação qualificada, adulteração de placas, falsificação de documentos e de organização criminosa.
De acordo com a PF, os suspeitos podem receber penas de até 35 anos de prisão.