A Polícia Civil prendeu na tarde desta quinta-feira (23) em Cuiabá um dos suspeitos de integrar a quadrilha que sequestrou a família do gerente e assaltou a agência de uma cooperativa de crédito na cidade de Nobres, a 151 km de Cuiabá, em janeiro deste ano. O suspeito estava sendo monitorado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e a Justiça já tinha expedido mandado de prisão preventiva contra ele.
A prisão desta quinta-feira é a primeira desde o assalto, no dia 16 de janeiro. O inquérito policial do caso já foi concluído em abril pelo GCCO e cinco pessoas foram indiciadas ao todo pelos crimes de extorsão mediante sequestro e formação de quadrilha. Foram expedidos quatro mandados de prisão preventiva no total, faltando agora o cumprimento de três.
Devido à maneira de agir da quadrilha, a polícia denominou as operações de desarticulação do grupo de "Operação Sapatinho Nobre". A modalidade de assalto conhecida como "sapatinho" consiste no roubo à agência bancária simultâneo ao sequestro da família do gerente da unidade.
No dia 16 de janeiro, o gerente da agência, sua mulher e seu filho de 15 anos de idade foram rendidos dentro de casa no início da manhã por três homens armados e encapuzados. A mulher do gerente foi levada de carro para um matagal, onde ficou vigiada por um dos membros da quadrilha. De volta à casa, os outros dois integrantes capturaram o gerente e o filho, colocaram-nos dentro do carro da família e foram até a agência. Lá, o gerente foi obrigado a retirar e entregar aos bandidos um malote com aproximadamente R$ 100 mil.
Após receber o dinheiro, eles fugiram com o carro e o filho do gerente, que foram abandonados no mesmo matagal onde estava a esposa do bancário. A ação durou cerca de três horas.
Segundo a polícia, o líder da quadilha, que está foragido, já é alvo de um mandado de prisão por homicídio cometido em Nobres. Sua mulher também está entre os indiciados por envolvimento no assalto à agência de crédito.
Apesar de ter tido êxito na ação criminosa, o bando investigado é formado por assaltantes amadores, segundo suspeitou desde o início o delegado Flávio Stringueta, chefe do GCCO.
Segundo Stringueta, com base na maioria dos casos registrados, as quadrilhas que assaltam bancos na modalidade "sapatinho" costumam realizar o sequestro dos familiares dos gerentes na noite anterior.
Além disso, o bando esqueceu um telefone celular no bolso de uma roupa deixada dentro do veículo da família sequestrada. Dessa forma, ficou fácil para a polícia identificar os integrantes da quadrilha cruzando os números de telefone registrados no aparelho.
O delegado também criticou a rapidez com que o banco entregou o dinheiro exigido, sem buscar orientação da polícia, argumentando que, caso as agências continuem a ceder desta forma, os gerentes continuarão sendo vítimas dos assaltantes.