Uma ação rápida da Delegacia de Roubos e Furtos de Várzea Grande nesta quarta-feira impediu um golpe de R$ 20 milhões no Banco Bradesco. Na ação, foram presas 11 pessoas, entre elas, o gerente da agência central de Várzea Grande, com as inicias A.B.C.J, de apenas 23 anos.
Segundo o delegado Francisco Kunzie Júnior, responsável pela prisão da quadrilha, o golpe é conhecido como "D Mais Zero", praticado com frequência no Estado do Paraná. Ele informou que o esquema consiste num pagamento de duplicatas com cheques sem fundo autorizado pelo gerente do banco, que receberia 30% do valor para participar do esquema. O dinheiro iria para outro banco e deste para outra conta, numa espécie de "triangulação".
O golpe só é possível com a anuência de alguém do banco, neste caso o gerente. Como o valor era muito alto, o pagamento de duplicatas eram feitos várias vezes até chegar a cifra milionária. Nesta quarta-feira, o gerente já teria autorizado um pagamento de R$ 250 mil.
O delegado explicou que o golpe seria descoberto apenas na madrugada. Todavia, como o dinheiro já teria passado por mais de uma conta, seria praticamente impossível descobrir os beneficiados.
“Descobrimos a ação criminosa a tempo. Além do gerente, prendemos o mentor do golpe e outros oito participantes, sendo que quatro seriam apenas coadjuvantes e outros quatro, as 'estrelas' dessa organização criminosa”, disse Francisco Kunze.
Além do gerente do Bradesco, foram presas mais duas pessoas dentro do agência. Outros quatro integrantes estavam num hotel e mais quatro pessoas foram detidas num posto de combustível. O mentor do golpe, Mateus Mendes Jhonson, também foi detido.
O ESQUEMA
O “modus operandi” do golpe, conforme o Boletim de Ocorrência é da seguinte forma: primeiro abre uma empresa fantasma em um banco, são emitidos vários boletos a serem pagos por essa firma fantasma, todos em favor de um ou dois cedentes, sendo que cada boleto não pode ultrapassar R$ 250 mil, esses boletos são mascarados, ou seja, utilizam um simples programa de computador onde os boletos originais são escaneados.
Em seguida, eles sobrepõem o nome do cedente. No caso em questão, foi colocado como cedente o nome do banco Santander, mas que na verdade, o cedente é outro, ainda não indeterminado.
Para que o plano funcione, ainda segundo o BO, é necessário que seja cooptado um gerente do Banco Bradesco, pois, por meio de sua senha, ele pode liberar os pagamentos inferiores a R$ 250 mil, mesmo que não haja fundos na conta. Conforme o BO, essa diferença a menos na conta somente é verificada na compensação – que ocorreria após o fechamento da agencia bancaria.
Porém, a essa hora, o dinheiro já estaria depositado na conta do cedente do boleto e de lá transferido para outras contas, ficando o Banco Bradesco no prejuízo.
O pagamento na boca do caixa é realizado por varias pessoas, que não tem conhecimento de todo o plano, sabem apenas que estão fazendo algo errado e recebem uma pequena quantia para pagarem o boleto. Assim, varias pessoas da quadrilha entram na fila do banco, retiram senha e começam a pagar esses boletos rapidamente. Cada um ganha cerca de R$ 1 mil pela participação.
PRESOS
1 - Mateus Mendes Jonsson
2 - Lacerlel Medereiros de Oliveira (vulgo Careca)
3 - Weinden Silva Rocha (vulgo Dinho)
4 - Rafael Viegas de Oliveira
5 - Abel Doval Carames Junior
6 - Douglas da Silva Moreira
7 - Washington Oliveira Santos
8 - Wellison Henrique de Moraes
9 - Cleiton Cesar Ferreira Arruda
10 - Alison Cruz Akves Gontijo
11 - Edmar Vieira Marques