O coordenador da bancada de Mato Grosso no Congresso Nacional, Eliene Lima (PSD), não acredita que a recepção negativa da população, por ter emitido voto favorável ao Projeto de Emenda Constitucional 37 (PEC 37), irá influenciar nas eleições de 2014. O deputado está ciente de que terá o respaldo da sociedade nas urnas e alega que, até mesmo quando foi preso por compra de votos, em 1994, conseguiu se eleger.
“Eu vou disputar sim. Por que não iria? Até quando fui detido faltando 25 dias para as eleições, me elegi para deputado estadual. E foi uma situação de muito mais pressão que esta da PEC. Tenho certeza que não vou sair prejudicado politicamente, estou muito mais tranquilo hoje”, assegura.
Dos 513 parlamentares, Eliene foi um dos nove que votaram favoráveis à aprovação da PEC 37, projeto que previa tirar o poder de investigação do Ministério Público e atribuir às Polícias Militar e Civil
Dos 513 parlamentares, Eliene foi um dos nove que votaram favoráveis à aprovação da PEC 37, projeto que previa tirar o poder de investigação do Ministério Público e atribuir às Polícias Militar e Civil. O social-democrata alega que não voltou atrás ao seu posicionamento inicial porque manteve a coerência. No entendimento de Eliene, o projeto, derrubado com 430 votos contrários, não tira o poder de investigação do MP.
Ele argumenta que foi membro titular da Comissão Especial e que por 40 dias discutiu a proposta, realizando intensos debates com ministros e demais autoridades. “Passou a impressão de que a PEC tinha a intenção de diminuir o Ministério Público, mas isso não é verdade. Ela só divide a atuação. Tive vários companheiros que tinham a mesma posição que eu, mas disseram que iam mudar o voto porque estavam com revólver no pescoço. Eu não concordo, tanto que preferi manter a coerência e votar a favor”.
Em seguida, Eliene pontua que a população em breve vai viver situação semelhante. Ele garante que outro projeto similar ao da PEC 37 será colocado em pauta e, num clima mais ameno, provavelmente será aprovado pelos parlamentares.
Entre os que seguiram Eliene no voto favorável à PEC estão os deputados João Campos (PSDB-GO), Abelardo Lupion (DEM-PR), João Lyra (PSD-AL), Mendonça Pradro (DEM-SE), Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-BA), Simão Sessim (PP-RJ), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e o autor Lourival Mendes (PT do B-MA). Duas abstenções foram registradas. Para ser aprovada, contudo, a proposta precisava de 308 votos favoráveis. Durante a sessão, que durou mais de cinco horas, nenhum parlamentar de Mato Grosso se manifestou na tribuna.