Empreiteiro é alvo por suspeita de "lavar" propina do VLT; ex-secretário sorri ao deixar PF
O empresário Bruno Simoni, da empreiteira Constil, também foi alvo da “Operação Descarrilho”, deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal. Ele acabou sofrendo um mandado de busca e apreensão cumprido em seu apartamento, no oitavo andar do edifício Helbor Privilége Goiabeiras, em Cuiabá.
Não foi confirmado se a empresa, que tem sede em Várzea Grande, também foi alvo da operação. Informações preliminares apontam que a construtora Constil teve uma relação financeira intensa com o Consórcio VLT.
Ela teria sido “subcontratada” pelo consórcio para supostamente executar as obras do modal. Todavia, o contrato seria para “lavar” propina que seria repassada para agentes públicos.
A “Operação Descarrilho” investiga crimes de fraude a procedimento licitatório, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais durante processo de escolha e execução do VLT. Nas investigações já realizadas, foram colhidos indícios de pagamentos de propina envolvendo empresas, agentes públicos e o consórcio executor da obra que consumiu R$ 1,077 bilhão e está parada desde o final de 2014 durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
São cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Há ainda um mandado de condução coercitiva em Cuiabá contra o ex-secretário da Copa do Mundo, Maurício Guimarães.
Além de Bruno Simoni e de Maurício Guimarães, outro alvo identificado da operação é o empresário Ricardo Bourbon Novis Neves, que atua no ramo de fomento mercantil. Ele teve mandados cumpridos em sua residência e no escritório de sua empresa, localizada num prédio comercial na avenida Getúlio Vargas, região central de Cuiabá, onde foram feitas cópias de computadores.
Durou cerca de 3 horas o depoimento do ex-secretário Maurício Guimarães ao delegado Wilson Rodrigues na superintendência da Polícia Federal. Ele deixou a sede do órgãos pelos fundos e não conversou com a imprensa.
Porém, ao se deparar com jornalistas no local, Guimarães sorriu e se dirigiu ao seu veículo. A banca de advogado dele, que é do escritório do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, deve se posicionar nas próximas horas.
CONEXÃO COM ARARATH
Além da “Operação Descarrilho”, Bruno Simoni também aparece em investigações da “Operação Ararath”, que apura crimes contra o sistema financeiro e de lavagem de dinheiro no Estado. Em depoimento, o empresário Robinson Todeschini, ex-sócio da Constil Construção, informou que Bruno Simoni, teria feito um “acordo clandestino” com o ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB).
No acordo, Simoni se comprometeria em aumentar o valor das notas-fiscais emitidas pela empresa Constil pelos serviços prestados na execução do Programa Poeira Zero. O valor excedente seria repassado aos ex-prefeitos.