Pedro Taques bate papo informal com jornalistas, não fala de reeleição e projeta “fatos novos” até 2018

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+ Política
Quarta, 06 Setembro 2017 | OlharDireto
Que esqueçam a imagem do chefe “linha dura” que é propagada majoritariamente por decisões administrativas duras e declarações fortes. Pensem em alguém de riso fácil e que transforma perguntas ácidas em piadas, sendo capaz de “tirar do banheiro”, por telefone, para resposta em viva voz, um interlocutor que seja considerado importante no contexto diálogo.
O comportamento do governador José Pedro Taques (PSDB), nesta terça-feira (5), no Palácio Paiaguás, com 11 jornalistas que cobrem o cotidiano político, em Mato Grosso, em nada lembra o comandante quase sempre sisudo de outros dias. Sem blazer nem gravata, Taques e os secretários Kleber Lima (Comunicação), José Adolpho Vieira (Casa Civil) e Marci Monteiro (adjunto do GCOM) falaram de tudo um pouco, passando por delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), situação do prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), perspectivas eleitorais, relacionamento com poderes e até ‘causos’.
Pedro Taques evitou falar de reeleição, sob o argumento de que 2018 está distante. E admitiu que “fatos novos vão surgir no horizonte”, mas não quis antecipar quais fatos seriam. Nem assumiu a pré-candidatura à própria sucessão.
O compromisso era de diálogo in off record. Difícil interpretar o que seria off, perante 11 jornalistas que concorrem mutuamente. Certamente que o cardápio à base de pintado com banana madura, o filet grelhado, a farofa de banana e o macarrão penne (quatro queijos) contribuíram para descontrair a conversa, quase  tanto quanto se fosse servido um vinho Cabernet Sauvignon.
Num dos fatos dignos de registro para a posteridade, entre sorrisos e sobrancelhas franzidas, Taques revelou  ter recebido as chaves do Palácio Paiaugás pouco antes do Ano Novo de 2015 – por volta das 22h30 do dia 31 de dezembro de 2014. Silval estava sozinho e com cara de abatimento. Ele recordou que donos de veículos da imprensa alternativa protestavam pelo não recebimento, na porta do Palácio Paiaguás.
Taques negou os boatos alimentados pelas redes sociais de que estariam com relacionamento conflituoso com o vice-governador Carlos Fávaro (PSD) e empresários que o apoiaram, em 2014. Ligou para Fávaro, tirou-o do banho e conversou no viva voz. Depois, fez o mesmo com o empresário. Ambos trocaram juras de amor com Taques.
Recebeu ligações de dois vereadores de Cuiabá. “Me diga as novidades daí [da Câmara de Cuiabá]. Quero novidades!”, insistiu, em tom de brincadeira. Depois, tratou de amenidades.
Taques confirmou a fama de que é “bom de garfo”. Ele foi servido a primeira vez e, depois, se serviu mais três vezes. Para fechar, comeu creme de papaia com cassis e, por fim, dois cafezinhos.
Ao final, saiu correndo como sempre e quase não gravou entrevista. Alegou ter compromisso pré-agendado. Apenas 1m44 segundos destinados à gravação com os jornalistas. Distribuiu beijos, abraços, subiu no elevador e se foi.
Provavelmente, a principal diferença é que, para a maioria dos jornalistas, deixou a impressão de uma Taques mais humano e menos bravo.
O atual ministro da Agricultura e Pecuária, senador mato-grossense Blairo Maggi (PP), fazia almoços periódicos, geralmente a cada dois ou três meses, com jornalistas que cobriam o dia-a-dia do Palácio Paiaugás. A estratégia contribuiu – e muito – para romper uma certa antipatia de parte da imprensa com Maggi, visto como milionário egocêntrico até ser humanizado nos almoços com a imprensa. 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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