O ninho tucano está rachado e vive momentos de tensão. A situação se deve a uma briga de grandes proporções entre duas de suas principais lideranças: governador Pedro Taques e o deputado federal Nilson Leitão. O caldo entornou depois que o governador foi comunicado do resultado da reunião da Executiva estadual que, entre os posicionamentos, definiu que vai brigar também para viabilizar Leitão ao Senado.
A situação causou mal estar e bate-boca entre Taques e Leitão no gabinete do governador no Palácio Paiaguás. Uma fonte ouvida pelo classificou a situação como um “stress grande” entre os dois, mas crê numa reconciliação.
Coube a Leitão comunicar o governador, oficialmente, sobre a definição, assim como sobre a data da eleição da nova diretoria. O chefe do Executivo ouviu e não gostou nada. Entende que Leitão passa a ser um adversário interno, visto que é difícil viabilizar duas candidaturas à majoritária dentro do mesmo partido. O deputado federal, entende que a legenda tem essa força e, por isso, os ânimos estão acirrados.
Tanto que cresce, nos bastidores, a informação de que Taques pode trocar novamente de partido. Foi eleito pelo PDT, depois migrou para o PSDB. Uma das possibilidades seria o PPS, tocado por Cristovam Buarque, com quem o governador tem proximidade.
A gênese do embate ocorreu em reunião da Executiva estadual no início da semana passada. Foi convocada para debater a realização de eleição da nova Executiva em 10 de novembro – atendendo determinação da direção nacional que estipulou este mês para a escolha dos tucanos que vão coordenar as articulações nos estados para as eleições gerais do ano que vem. Isso porque em 10 de dezembro será escolhido o novo presidente nacional do PSDB.
No encontro, estiveram as principais lideranças do partido: Nilson, Thelma de Oliveira (prefeita de Chapada dos Guimarães), Guilherme Maluf (deputado), Ussiel Tavares, Rogério Salles (ex-governador), Paulo Borges (ex-vereador), Renivaldo Nascimento (vereador por Cuiabá), Leopoldo Mendonça, Rui Prado (ex-presidente da Famato), Ricardo Saad (vereador por Cuiabá) e Paola (representando o governador). Entre os ausentes estão o deputado estadual e secretário de Cidades Wilson Santos (em viagem) e o vereador Adevair Cabral.
Após discussão, chegaram a um entendimento de que o novo presidente deveria ser alguém sem a intenção de concorrer às eleições do ano que vem. Depois de sugestão de Rogério, foi escolhido, pela maioria, Paulo Borges.
Foi então montada uma chapa, que, por ser única, será aclamada na sexta (10), quando cerca de 130 tucanos se reúnem para a escolha. O vice-presidente será Rogério. Entre os membros da nova diretoria estão Guilherme, o próprio Leitão, Paola (indicada por Taques) e Renivaldo.
O segundo tema do dia foram as eleições do ano que vem. Foi neste momento que algumas lideranças, como Thelma, Guilherme, Renivaldo e Ussiel, defenderam a indicação de Leitão ao Senado.
O parlamentar reconheceu que tem interesse e que está trabalhando para viabilizar isso. Entre os que foram contra está Paola – que pertence ao núcleo duro de Taques.
Já ciente da situação, ao ser comunicado oficialmente, Taques e Leitão travaram uma longa discussão. O governador teria confidenciado ao seu grupo a insatisfação. Já a turma do “deixa disso” tenta apaziguar a situação. Tucanos aguardam o retorno de Taques do exterior para se reunir com o chefe do Executivo e reforçar a articulação para garantir a sua reeleição. O encontro deve ser liderado por Paulo Borges, que já terá assumido o comando da legenda.