A juíza aposentada Selma Rosane Santos Arruda, pré-candidata pelo PSL ao Senado nas eleições de 2018, disse que pretende bancar sua campanha com o dinheiro da “vaquinha” de seus apoiadores. Ela também afirmou que o limite legal estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para serem gastos na corrida pelo cargo de senador, no valor de R$ 3 milhões, “é muito dinheiro”.
As declarações foram durante uma entrevista à Rádio Capital na manhã desta segunda-feira (7). A juíza aposentada, responsável por algumas das prisões mais emblemáticas ocorridas no Estado como do ex-governador Silval Barbosa, além do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Riva. avaliou que as redes sociais tendem a influenciar cada vez mais as campanhas eleitorais.
Segundo ela, isto diminuirá os gastos. “Eu imagino que a campanha nesse ano vai ser bem mais barata do que a gente pensa. R$ 3 milhões é dinheiro pra caramba. As pessoas não tem mais paciência para se reunir, ouvir um discurso, as ideias do candidato. As coisas vão ser mais feitas por mídias sociais com divulgação das ideias pelas redes sociais. Hoje todo mundo tem celular”, disse a pré-candidata ao Senado.
Além de optar pelo financiamento de sua campanha por meio de “vaquinha”, Selma Arruda advertiu que doações feitas por grupos econômicos e políticos sempre esperam “algum retorno”. Ela adiantou que não irá aceitar recursos doados por “empreiteiros” que possuem contratos com o Estado. “Esse dinheiro dos financiamentos não vem para o candidato sem algum retorno. Então, a nossa ideia é obter ajuda ou através de vaquinha, que é permitido por lei, ou por doação de pessoas físicas que não tenham vínculo com empreiteiras, com empresas que contratam com o Estado, entendeu? Pessoas absolutamente fora desse contexto”, determinou a juíza aposentada.
Selma Arruda disse ainda que recebe telefonemas pedindo ajuda todo dia. "Ajuda para fulano que precisa de emprego, fulano que precisa de dinheiro, incentivar determinadas atividades... As pessoas tem que conscientizar que uma eleição não tem que ser feita na base da compra", lamentou.
CORRUPÇÃO E EMENDAS
Selma Arruda também criticou a forma como as emendas parlamentares são destinadas hoje aos Estados. Ela narra que deputados federais e senadores, no âmbito do Congresso Nacional, ficam com “porcentagens” delas, desviando recursos que poderiam ser utilizados em benefício à população.
A magistrada aposentada opinou que os municípios deveriam ter acesso direto a esses recursos, sem necessitar da suposta “terceirização” entre os parlamentares e o Poder Executivo Estadual. “A minhas propostas são com relação a alterações legislativas. Também não vou pra lá pra trazer emenda para o Estado a base de porcentagens. Ganhar percentual de emendas. Eu quero trazer emendas para o Estado que venham limpas. O ideal é a gente mudar esse sistema. O município deve ter acesso direto [a esses recursos]. Não precisar dessa terceirização no caminho, que é onde está o desvio”.