Eder Moraes reúne economistas e prefeitos em busca de apoio para mudança no Fethab
O ex-secretário de Fazenda Eder Moraes reuniu, na tarde desta quarta-feira (13), dezenas de prefeitos, secretários municipais, coordenadores de entidades dos setores produtivos do Estado e economistas, para debater sua proposta de alteração na estrutura do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), que passaria a ser um fundo de investimento com capacidade de endividamento, com personalidade jurídica, CNPJ próprio, conselho de administração e corpo técnico.
A sugestão, abraçada pelo deputado Oscar Bezerra (PV), que solicitou a audiência publica, e pelo presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga (PSD), provocou reações diversas nas autoridades envolvidas com o tema. O Governo do Estado, que classificou a proposta de Eder como uma “piada”, sequer enviou representante à AMM nesta quarta-feira para discutir o assunto.
“Essa ideia do Eder, que o Oscar Bezerra e o Neurilan com muita inteligência estão levando a diante, mesmo com todas criticas feitas encima disso, tem um lucro real. O atual modelo de arrecadação do Estado está falido. Um Estado que só investe 1% de seu PIB, que é o que está na LOA, ele nunca vai deixar de ser um Estado derrapante. Isso sim é uma piada. Esse modelo chegou a exaustão”, criticou o economista Mauricio Munhoz, que participou do debate.
Em suma, o projeto apresentado em abril por Eder Moraes, trata da transformação do Fethab em um fundo de investimentos, que segundo ele seria capaz de captar até R$ 15 bilhões. A proposta foi amplamente rechaçada, inclusive pelo presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), que à época disse que sequer colocaria o projeto em pauta.
Eder Moraes, cuja condenação em primeira instância por escândalos de corrupção supera até o momento a pena de 100 anos de cadeia espera a continuidade do processo em liberdade, sob monitoramento de tornozeleira eletrônica.
“Nesse inicio nós vamos apenas discutir a viabilidade ou não desse tema. Eu sofri ao longo de alguns meses, quando o Eder me procurou na Assembleia, uma condenação em função de a ideia ter vindo dele. Eu disse nas minhas entrevistas e volto a repetir, se uma pessoa que teve eventual condenação não possa ter nenhuma ideia, que nas próximas condenações eles criem um método de dissecação do cérebro dessa pessoa. Se ele quer contribuir e teve uma ideia boa, eu não vou ser omisso em não trazer o tema para discussão. E aí eu procurei o Neurilan, que também entendeu essa situação como uma sugestão que pode evoluir realmente e trazer mudanças para o Estado. Inclusive pediu que essa discussão fosse feita com os prefeitos”, disse Oscar Bezerra, nesta quarta-feira.
“Eu acho um desrespeito muito grande do governador e de seu secretariado com os prefeitos que aqui estão, um desrespeito com os Poderes, porque todos aqui mandaram seus representantes para ouvir. Ouvir não faz mal a ninguém. Ninguém tem que olhar a minha situação jurídica, até porque eu não tenho voz ativa para implementar absolutamente nada. Eu apenas dei uma ideia, que está sendo aceita maciçamente por vários setores. Com certeza sairá ao final de tudo isso uma lei que mostre algum caminho, porque hoje Mato Grosso está andando de marcha-ré. Num dado momento essa proposta vai caminhar com as próprias pernas. Eu sou apenas uma centelha acendendo uma luz no fim desse túnel”, acrescentou Eder Moraes.