Mauro estima que levará ao menos dois anos para organizar contas de MT após gestão Taques
Agora oficialmente pré-candidato ao Governo de Mato Grosso, o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (DEM), afirmou que se debruçou sobre as finanças do Executivo estadual antes de tomar a decisão de disputar as eleições. Conforme o democrata, o susto foi grande ao perceber que o déficit mensal, segundo ele, é de quase R$ 150 milhões. Para Mauro, caso seja eleito, serão necessários ao menos dois anos para reorganizar o caixa do Estado.
“Confesso a você que eu demorei umas duas ou três semanas vendo alguns dados, buscando o Portal da Transparência e eu vi uma dura realidade. A arrecadação do Estado não paga as contas do mês. A cada mês que passa nós acumulamos um déficit na ordem de R$ 150 milhões. É uma dura realidade. O grande esforço logo nos primeiros meses vai ser equilibrar isso, porque não se pode ter um respeito aos fornecedores sem pagá-los. Eu estimo que todo esse trabalho para atingir o equilíbrio vá demorar pelo menos uns dois anos”, declarou Mauro Mendes.
Durante o ato de oficialização de sua pré-candidatura, na manhã desta terça-feira (24), em Cuiabá, Mauro aproveitou para questionar em diversos momentos a maneira como o governador Pedro Taques (PSDB), seu possível adversário nas urnas, tem conduzido a gestão do Executivo.
O ex-prefeito de Cuiabá afirmou que há uma série de obras “empacadas” no Estado cujo recurso já havia sido encaminhado ao Executivo, mas por alguma razão não foi empenhado. Mauro relembrou, ainda, que em 2016, quando deixou o comando da Prefeitura, o Governo do Estado devia cerca de R$ 25 milhões de repasses na área de Saúde e frisou que esta foi a única Pasta de sua administração em que ele não conseguiu cumprir com os compromissos.
“No dia que eu saí da Prefeitura, vocês da imprensa são testemunhas, deixei praticamente todas as contas pagas. A exceção foi a Secretaria de Saúde, em razão de não ter recebido repasse do Governo do Estado. Mas todas as outras 15 Secretarias eu deixei quitadas. O que não dá pra imaginar é que hoje a sociedade, o cidadão, está disposto a pagar essa conta. Então nós teremos que fazer primeiro um grande esforço de reduzir o custo da máquina pública, para depois pedir, se necessário, algum esforço ao cidadão”.
Mendes deixou a Prefeitura, segundo afirmou o ex-contador-geral de Cuiabá, Basílio Bezerra, com cerca de R$ 100 milhões em caixa. Como haviam aproximadamente R$ 80 milhões de restos a pagar, o valor deixado por Mendes para que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) pudesses fazer investimentos era de R$ 16 milhões, aproximadamente.