“Já não é sigiloso mesmo, já se quebrou o sigilo de outras partes. A Assembleia é uma parte interessada também, nós fiscalizamos o Executivo. Se a delação envolve diretamente o governador nós queremos compartilhar dessas informações”, explicou a deputada, que defende ainda o afastamento imediato do chefe do Executivo.

“O impeachment, um afastamento através da CPI, através do Plenário. Eu só não acredito mais que o governador tenha condições de conduzir o Estado. Você vê, por exemplo, que durante o expediente ele está gravando programa eleitoral”, acrescentou a parlamentar.

Na delação, Permínio explica que tratou de “algumas licitações para serem direcionadas com o próprio governador”, como diz trecho do documento. Taques teria total conhecimento do esquema.

Mensagens de WhatsApp foram entregues aos investigadores. Nelas, o candidato tucano aparece pedindo para que Permínio facilitasse as licitações para beneficiar seus credores. O empresário Alan Malouf, outro que firmou acordo de colaboração premiada e o ex-gestor da Casa Civil e primo do governador, Paulo Taques, seriam responsáveis para que juntos com os demais secretários "encontrassem uma forma de captar recursos para quitar dívidas de campanha deixadas para trás".

Pedro Taques negou "veementemente ter qualquer envolvimento no esquema". Segundo ele, todas as movimentações financeiras da campanha de 2014 foram registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

“Nós temos um governador em exercício que já foi delatado por quatro pessoas. É preocupante a Assembleia se silenciar diante disso. Até onde o governador vai em busca do poder? Ele já grampeou pessoas, invadiu a privacidade das pessoas, tomou conta de ‘caixa 2’, fez acordo com empreiteiras, trocou mensagens de WhatsApp pedindo para que se facilitasse licitações. Eu não vejo mais condições de o governador se manter no cargo com tantas denuncias graves e homologadas já no Supremo Tribunal Federal, que é a instancia máxima da Justiça brasileira, tamanha a seriedade do que foi delatado ali”, finalizou a deputado.

Os deputados Valdir Barranco (PT) e Alan Kardec (PDT) também utilizaram a tribuna para repercutir os fatos. Para Kardec, Taques “esta nu” diante do que foi exposto nas delações. Barranco questionou “de que lado os bandidos estão”.

“De que lado nesse processo todo estavam os bandidos? Os bandidos estavam do lado que era acusado pelo Ministério Público, pela juíza Selma, ou estavam do lado do governador e seu staff, que foram protegidos para que não chegasse até eles as investigações? É uma vergonha o que acontece nesse Estado”, criticou o petista.