Entenda a estratégia de cada candidato no primeiro debate ao governo de MT; bastidores, troca de farpas e provocações
Os cinco candidatos ao Governo de Mato Grosso entraram no debate da TV Vila Real, que abriu os confrontos entre os candidatos na televisão, com estratégias bem definidas. Arthur Nogueira (Rede) e Moisés Franz (PSOL), que estão atrás na corrida eleitoral e são desconhecidos de grande parte do eleitorado, tiveram a oportunidade de apresentar seu cartão de visita e puderam criticar os adversários, com igualdade de tempo. Com um perfil de candidatura bem definido, Mauro Mendes (DEM), Pedro Taques (PSDB) e Wellington Fagundes (PR), mantiveram-se no script. Confira abaixo como foi a atuação de cada um deles:
Mauro Mendes, o "experiente": líder nas pesquisas de intenção de votos, o empresário Mauro Mendes entrou no debate com o claro intuito de reforçar na cabeça do eleitor sua recente gestão como prefeito de Cuiabá (2012-2016). Exaltando a própria administração e a de seu vice, Otaviano Pivetta (PDT), ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Mauro teve como eixo de sua atuação a tese de que tem experiência administrativa e que “sabe como fazer”.
Pedro Taques e a defesa do governo: segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, o governador Pero Taques tem a missão de reverter a rejeição que acumulou ao longo dos últimos três anos e meio. Com a meta clara de defender a própria gestão, repetiu ao longo do debate uma profusão de números e dados precisos da administração de Mato Grosso e questionou, sempre que pode, seus adversários sobre dados positivos de seu governo, como a ampliação da rede de ensino e a Caravana da Transformação.
Wellington Fagundes, o "conciliador": o senador oposicionista trabalhou o perfil conciliador que tenta empregar e citou ao longo do debate que é um defensor do diálogo e que não tem problemas em manter, caso eleito, programas da atual gestão cujos resultados sejam positivos. O senador também repete com freqüência que construiu uma ampla coligação que consegue congregar partidos de direita e esquerda, na base do diálogo.
Moisés Franz, o "outsider": o candidato pelo Psol repetiu a estratégia usada com frequência pelos membros do partido em disputas majoritárias em Mato Grosso e lembrou que sua legenda não se coliga com outras agremiações porque não concorda com a maneira "tradicional" de fazer política. O servidor público também aproveitou para provocar os líderes nas pesquisas, como o empresário Mauro Mendes, momento em que o questionou sobre entrevista recente em que o ex-prefeito de Cuiabá defendeu prisão perpétua para criminosos. Fazendo referência a processos que Mauro Mendes responde na Justiça, o socialista questionou se o adversário também acredita que pessoas que corrompem juízes merecem prisão perpétua.
Arthur Nogueira, o “policial”: o candidato de Rede Sustentabilidade lembrou que é policial rodoviário federal e fez colocações incisivas sobre criminalidade e combate à corrupção. Disse que tem propriedade para falar sobre segurança pública e defendeu investimento em inteligência para enfrentar o crime. Lembrou do escândalo envolvendo a Secretaria de Educação de Mato Grosso e questionou Welligton Fagundes sobre indicações partidárias. Também inquiriu Mauro Mendes sobre políticas para o sistema prisional. Além disso, fez questão de lembrar a Moisés Franz que o psolista não é o único que optou por não fazer coligações por não concordar com a maneira tradicional de se fazer política.
Confira abaixo como foi a cobertura completa de Olhar Direto do primeiro debate entre os candidatos ao Governo de Mato Grosso:
A TV Vila Real, do Grupo Gazeta de Comunicação, realiza nesta quinta-feira (30) o primeiro debate entre candidatos ao Governo de Mato Grosso nas eleições deste ano. O confronto é mediado pelo jornalista Antônio Carlos Silva. Arthur Nogueira (Rede), Mauro Mendes (DEM), Moisés Franz (PSol), Pedro Taques (PSDB) e Wellington Fagundes (PR) terão 2 horas para discutir e apresentarem suas propostas. Os candidatos estão proibidos mostrar qualquer objeto e/ou documento que não seja o Programa de Governo ou papéis para anotação.
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O presidente do Grupo Gazeta, Dorileo Leal, afirmou que abrir os debates em Mato Grosso já é uma tradição do Grupo Gazeta e declarou que o formato pensado para o programa é o que privilegia o confronto.
“O debate é a melhor temperatura que o eleitor pode ter para avançar na definição do seu voto, porque os candidatos se apresentam de forma aberta despidos de qualquer proteção do seu marqueteiro, então eu acho que nós vamos dar uma contribuição importante para o eleitor mato-grossense”, sustentou, nas redes sociais do Grupo Gazeta de comunicação.
Confira abaixo tudo sobre o debate entre os candidatos ao governo:
13h15 - Encerra-se o primeiro debate entre os candidatos ao Governo de Mato Gosso.
13h13 - Pedro Taques é o último a fazer suas considerações finais. "Eu quero olhar para o cidadão e pedir uma oportunidade de mostrar o que fizemos. Não fizemos tudo, mas avançamos muito. Quero cumprimentar os profissionais da segurança, da educação. Quero olhar para vocês cidadãos e pedir que prestem atenção nas promessas. Sou servidor e garanti todos os direitos dos servidores. Peço voto para Nilson Leitão para senador e para mim como governador".
13h12 - Wellington Fagundes (PR) agradeceu ao apresentador e aos profissionais da comunicação, à população que lhe deu “a oportunidade de ser seis vezes deputado, e agora senador”. Afirmou que quer fazer muito, e lembrou de sua experiência. “Eu conheço os caminhos. Quero fazer um governo de parcerias”, disse. Ele ainda pediu votos para Adilton Sachetti e Mária Lúcia, ex-reitora da UFMT. Ele ainda lembrou de seu primeiro suplente, Jorge Yanai, que afirmou ser um médico humanista, que representa o nortão de Mato Grosso.
13h10 - Em seu discurso final, Moisés Franz disse que “antes de tomar sua decisão, avalie os candidatos, suas propostas e passado político. Seu voto é muito importante. As coisas vão mudar, seu voto muda. Não acredite o que dizem as pessoas que são da velha política. Peço seu voto para todos os candidatos do PSOL”
13h09 - Arthur Nogueira: "Eu agradeço e quero dizer ao cidadão que a educação faz a diferença. A nossa coligação é pequena e não estamos acordados com candidatos envolvidos em corrupção. Garantiremos o RGA, isso é prioridade. Marina Silva é nossa candidata a presidente. Eu sou Arthur Nogueira e meu número é 18".
13h08 - Mauro Mendes agradeceu aos que acompanharam, a Deus, aos outros candidatos e aos apoiadores. Lembrou das pesquisas e afirmou que as está liderando pelo trabalho que fez na Prefeitura. Agradeceu também ao vice em sua chapa, Otaviano Pivetta. “Juntos, faremos a saúde funcionar. Juntos, vamos trabalhar muito como sempre fizemos e entregar um estado melhor”. Ele ainda pediu votos para Jayme Campos, Fávaro e deputados federais e estaduais.
13h47 - Encerram-se os confrontos e os candidatos passam a fazer suas considerações finais.
13h06 - Wellington Fagundes questiona Moisés Franz se é possível criar um programa de geração de emprego a partir das fronteiras.
“Precisamos resolver a questão dos hospitais filantrópicos, regularizar estes repasses. É preciso dar transparência. Dizem que Mato Grosso evoluiu, mas você não consegue ver onde as verbas estão sendo gastas. Mídia e Publicidade: não sei quanto cada um recebe. São R$ 70 milhões distribuídos através de agências”, afirma Franz.
Fagundes comenta que “pra mim, salário é sagrado. Escolhi para ser minha vice-governadora uma servidora pública. Vou criar um grande programa de incentivo a nossos jovens. Precisamos dar atenção à fronteira, fazer dela uma área de desenvolvimento”.
“Para se gerar emprego, é preciso rever a questão dos incentivos ficais. Precisamos de indústrias que tragam empregos para a nossa produção agrícola. Não adianta ser campeão nacional de exportação, gerar riquezas que só ficam na mão do grupo do agronegócio”, finaliza o candidato Moisés Franz.
13h05 - Pedro Taques diz que todos os candidatos estão fazendo críticas, mas sustenta que não se pode recomeçar do zero uma gestão. Admite que nem tudo foi feito e questiona Wellington Fagundes sobre a Caravana da Transformação.
Fagundes responde que não terá dificuldades em dar continuidade às obras do governo Tucano. “São 400 obras inacabadas. Acredito que poderemos fazer muito e para isso me preparei. Não serei governador que irá olhar para trás. O estado tem aumentado a arrecadação e o governo não consegue atender população”.
Em sua réplica, Taques diz que estas 400 obras, a maioria delas começaram administração passada com o apoio de Fagundes. Ele também pontuou que a Caravana deu a luz para 70 mil pessoas que não era enxergada.
Na tréplica, Fagundes disse que trabalhou no planteiro viário de Cuiabá e que o recurso está na conta do estado há 4 anos e o governo não fez nada.
13h02 - Arthur Nogueira questionou Mauro Mendes sobre as obras da Copa e o esquema de corrupção: “Como o senhor avalia tais investimentos diante de tantas outras oportunidades?”.
Mauro respondeu que, certamente, o legado é de vergonha. Falou do VLT e das mais de 400 obras inacabadas em todo o estado. Ele ainda prometeu trabalhar para que as obras que ainda não foram finalizadas, sejam, além das obras da Copa, as de escolas e rodovias.
Arthur Nogueira foi taxativo: “Aonde estava o prefeito Mauro Mendes quando Cuiabá sangrava com as obras da copa e o cidadão ficava estressado para ir para ir ao trabalho? Não se manifestou”. Ele ainda afirmou que, caso seja eleito, vai fazer parceria com prefeitos para finalizar as obras públicas.
Mauro respondeu: “Eu como prefeito estava cuidadando da minha obrigação com a nossa cidade. Como o senhor disse, essas obras eram do governo. Eu estava fazendo asfalto nos bairros carentes, construindo escolas, o Parque das Águas, o Tia Nair. Ou seja, cumprindo minhas obrigações como prefeito”.
12h57 - Mauro Mendes pergunta a Wellington Fagundes sobre projetos para Esporte e Lazer em Mato Grosso
“Vamos trabalhar em parceria, como fiz com todos prefeitos em Mato Grosso. Em Água Boa, mandamos recursos para obras e projetos. Em Matupá a mesma coisa. A Orla do Rio Cuiabá tem recursos que mandamos, trabalhamos juntos. Garanti que Cuiabá fosse a capital que tivesse a maior reserva de água do país com a Usina do Manso. Temos que continuar fazendo parcerias. O governador Pedro Taques sabe que em Brasília ajudamos a trazer o FEX”, comentou Fagundes.
Em sua fala, Mauro volta a dizer que tem experiência para tocar o Estado: “Em cada cidade, podemos fazer algo bom para dar espaços públicos de lazer. Vamos resgatar os jogos estudantis, fazendo as parcerias necessárias”.
Fagundes volta a dizer que a parceria é fundamental: “Em várias cidades sou conhecido como ‘o homem da água’. Ajudei a levar melhorias para várias cidades, incluindo no saneamento básico. Vamos aumentar a arrecadação e distribuir os recursos para todos os cantos. Sou municipalista convicto”.
12h53 - Moisés pergunta para Mauro sobre segurança pública, lembra que o ex-prefeito de Cuiabá foi aliado de Pedro Taques e o questiona se ele se sente responsável pelos problemas na segurança pública.
Mendes responde que quem apoia não é responsável por quem recebe votos. “Portanto eu e nenhum cidadão que votou é responsável. A segurança precisa melhorar muito tenho andado pelo estado e as pessoas pedem isso. A segurança está cada dia pior e precisamos endurecer. No meu programa temos a tolerância zero, por que isso está aterrorizando a família. Vamos investir na política e temos certeza que vamos melhorar”.
Em réplica, Franz diz que o Psol irá melhorar a segurança. “Vamos melhorar as delegacias. Vamos investir em tecnologia para combater crime organizado”.
Na tréplica, Mauro Mendes diz estar se reunindo com pessoas ligadas à Segurança Pública e vê as dificuldades e falta infraestrutura. “Quero a policia mis equipada com tecnologia e armamento melhor que os bandidos”.
12h47 - Moisés questionou Wellignton Fagundes sobre corrupção, lembrando sobre sua aliança com Silval Barbosa no passado, na aleição de 2014, quando o ex-governador foi eleito: “O senhor foi aliado do ex-governador Silval, um dos maiores corruptos. O senhor, como deputado, tem dentre as obrigações, acompanhar e fiscalizar os recursos federais das obras da copa. O senhor não viu a corrupção?”.
Wellington respondeu que nunca tolerou corrupção, mas que quem deve fazer o controle e fiscalização são os órgãos de controle. Afirmou, ainda, que ‘empoderou’ o Ministério Público. “Trabalhamos pra fazer uma legislação em que hoje temos regularização dos processos jurídicos, justiça presente, tribunais funcionando na plenitude”. Como governador, afirmou que será parceiro dos órgãos de controle. “Quero ajudar para que a democracia se fortaleça, e a gente traga mais justiça social”.
Moisés afirmou que é necessário fortalecer meios de combate à corrupção, e afirmou que uma das principais funções do legislativo é, sim, fiscalizar os repasses. “A população não aguenta mais a corrupção. Precisamos atuar nesse câncer”. Por fim, Wellington lembrou de órgãos como o GAECO, o Ministério Público, e afirmou que fará, ainda, uma parceria com todas as polícias, para fortalecer a fiscalização e a inteligência.
12h40 - Moisés Franz questiona Arthur Nogueira sobre a novela envolvendo a construção do novo Pronto-Socorro e outras unidades de saúde e qual a proposta para melhorar a saúde dos mato-grossenses.
“Quero lembrar que o senhor não é a única opção para enfrentar a velha política. É preciso regularizar os repasses. A população está carente de atendimento. São muitas obras paradas. É preciso chamar a atenção do cidadão para fiscalizar o dia a dia destas obras inacabadas. É dinheiro público que está se perdendo”, responde o candidato da Rede, Arthur Nogueira.
Na tréplica, Moisés afirma que é preciso fortalecer os hospitais regionais.
Segundo Arthur Nogueira, é preciso ouvir os conselhos municipais. Ele também defende melhorias no Hospital de Câncer, porque o Estado não estaria fazendo sua parte em dar contrapartida a esta unidade, que “é de muita importância e salva vidas”.
12h36 - Mauro pergunta qual a avaliação da educação em MT que Arthur Nogueira faz.
Arthur responde que a A educação não vai bem, assim como a segurança pública sofre ausência do estado. "As escolas estão paralisadas. Não há segurança para alunos, professores e para o cidadão. Há que se trabalhar e investir em tecnologia pra dar qualidade de ensino aos alunos para ele ingressar na UFMT e na Unemat".
Na réplica, Mauro Mendes promete fazer uma escola preparativa. "Que os alunos fiquem à vontade de ir para escola e os profissionais de educação se sintam bem. Eu e Otaviano [Pivetta] já mostramos que fizemos isso e que continuaremos a fazer".
Arthur Nogueira defende uma mudança na Educação em Mato Grosso. "Não podemos viver de passado, a educação precisa melhorar. Precisamos entender e atender os anseios da educação. Temos que pensar daqui há 10 anos e não nas administrações passadas".
12h35 - Mauro Mendes (DEM) perguntou para Moisés sobre a situação dos servidores públicos do estado. “Quero saber qual a sua avaliação sobre o servidor, e o que fazer pra motivar esse servidor?”.
Moisés respondeu que, durante anos, o servidor foi feito de ‘bode expiatório’, e que vivia com seis meses de salário atrasado. “Eu sou servidor há 30 anos, sou ex-sindicalista”, lembrou. Ele ainda afirmou que “tem candidato com proposta de aumentar a previdência dos servidores, de 11 para 14%, e que não está divulgando”. A solução, para ele, é buscar outras formas de melhorar o orçamento, como diminuir a verba implantada em propaganda do governo.
Mauro, na réplica, falou com o servidor, e disse que vai garantir os direitos trabalhistas, e cobrar dos poderes para entregar um Mato Grosso melhor. Moisés, por fim, afirmou que vai valorizar a classe de servidores, diminuir cargos comissionados e levar pessoas da sociedade civil organizada para trabalhar. “Muitos não ocupam estes cargos pelo loteamento político”, afirmou. Também disse que fará os concursos necessários, e buscará melhores formas de arrecadação, além de rever a Lei Kandir e chamar os concursados que estão esperando.
12h30 - Taques afirma que reduziu as despesas do Estado e questiona as propostas de Mauro Mendes para administrar Mato Grosso.
Mauro lembra que, quando prefeito de Cuiabá, enxugou a máquina pública para fazer investimentos: “A população não quer saber a quantidade de cargos. Quer saber da Saúde funcionando, Lazer, estradas boas. Queremos ajudar os prefeitos a fazer o que nós fizemos na Capital. Vamos respeitar os servidores, porque é junto com eles que faremos com que o Estado funcione”.
Taques afirma que o Estado precisa de muitos servidores em diversas áreas, como Segurança Pública, Educação, entre outros e questiona que secretarias o ex-prefeito cortaria, sendo o comandante de Mato Grosso.
“Falo com a experiência de quem já fez. Nós vamos enxugar, estamos fazendo estudos. De 23 devemos baixar para 15 ou 16. Quais serão, ainda não podemos revelar porque existem arranjos internos. Na transição, vamos expor isto. Cargos comissionados, vamos cortar 30% do que existe hoje”, comentou o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes.