Mauro alerta que MT está "quebrado" e insiste em reduzir repasses aos poderes
Mesmo depois de representantes dos poderes constituídos anunciarem na última semana que não aceitarão redução nos repasses dos duodécimos, o governador eleito Mauro Mendes (DEM) afirmou que não pode aceitar que falte dinheiro no executivo para serviços públicos. A declaração do democrata foi na tarde desta segunda-feira (15) ao programa Comunidade (TV Rondon – SBT), em Cuiabá. “Não pode o Executivo, que tem que prestar serviços para o cidadão; comprar remédios; asfaltar estradas; construir obras importantes, estar faltando dinheiro para prestar o serviço ao cidadão e estar sobrando dinheiro na Assembleia ou e em qualquer outro poder”, comentou.
Ele adianta que Mato Grosso está quebrado e devendo vários fornecedores cerca de R$ 4 bilhões. Por isso, anuncia que segue na projeção de buscar o diálogo com os poderes e órgãos autônomos.
Além da Assembleia Legislativa (ALMT), fazem parte dos órgãos que possuem orçamento vinculado a receita do Governo do Estado o Tribunal de Justiça, Ministério Público Estadual (MPE), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Defensoria Pública. Além disso, ele narra que durante campanha pautou na verdade e transparência e não fará diferente após vitória.
Ainda afirma que desenho orçamentário do Estado não contribui e colaboração tem que vim de todos os lados. “Primeiro iremos fazer um debate com os Poderes e com o cidadão em cima da verdade. E a verdade é muito forte: o estado de Mato Grosso está quebrado. Falei muito durante a campanha que estava quebrado, devendo milhares de fornecedores, não paga praticamente toda sua cadeia de fornecimento, cinco meses, três meses e até um ano de recebimento. Atraso nos repasse aos municípios, falta dinheiro para comprar remédio”, avalia o democrata.
Na semana passada, o atual e o presidente eleito do Tribunal de Justiça, desembargadores Rui Ramos Carlos Alberto Alves da Rocha, e o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), comentaram não aceitar proposta de redução. Rui Ramos descartou qualquer possibilidade de negociação para redução de duodécimo em 2019 e pediu compreensão de Mendes.
Já Carlos Alberto lembrou que o duodécimo do Judiciário é o mesmo há 3 anos. Para Botelho, não tem mais o que se falar em contribuição, pois a PEC do Teto já estabelece os repasses aos Poderes, tendo a sua atualização de acordo com a inflação.
Mesmo assim, o governador eleito afirma que fará sua parte e não irá aumentar impostos da população para justificar a realidade atual do Estado. Ele expressa que a sociedade não pode pagar a conta e por isso vai ser insistente no diálogo. “Agora eu disse e repito que nós vamos dialogar. Vou pedir para esses poderes a contribuição para que Mato Grosso saia desta dura realidade. Se nós não sairmos desta dura realidade, nós vamos ter muito mais problema, e aí é jogo do perde, perde. Tenho certeza que o cidadão não aceita mais aumentar os impostos. Nós não podemos pagar esta conta e temos é que diminuir os gastos. Vou fazer a minha parte. Se diminuir a receita, tem que diminuir a despesa”, pontua.
REDUÇÃO DA MÁQUINA
Mendes lembra que uma das suas missões para reduzir os custos da máquina também será voltada para redução das secretarias e de cargos comissionados por indicações políticas. O governador eleito assegura que esta etapa será prioridade em sua gestão. “Estamos estudando o tamanho mínimo da máquina para prestar serviço ao cidadão. Vamos reduzir o tamanho do estado, secretarias, comissionados e nenhum político vai reclamar porque eu disse isso antes de ser eleito. Nós precisamos economizar dentro da máquina para sobrar dinheiro para investir naquilo que importa ao cidadão”, explica.
Por fim, ele analisa que o Estado não presta serviço adequado para sociedade povo. “Hoje, está se gastando muito no Estado. É um estado que está existindo para prestar serviço para ele mesmo. Ele tem que prestar serviço para o cidadão de maneira geral. Nós temos que economizar dentro da máquina para que sobre dinheiro”, profetizou.