O deputado estadual Sílvio Fávero (PSL) afirmou que não vai mais propor uma chapa própria, composta somente pelos 14 novatos, para disputar a mesa diretora da Assembleia Legislativa. Apesar de ter passado o último mês afirmando com todas as letras que tinha disposição para se opor à reeleição de Eduardo Botelho (DEM), teria desistido porque os novos deputados “são muito desunidos”.
Na segunda-feira (21), Fávero chegou a convidar, via imprensa, Janaina Riva (MDB) para fazer parte da virtual chapa, algo veementemente negado pela única mulher entre os 24 deputados. Educadamente, ela sinalizou que o ex-vice-prefeito de Lucas do Rio Verde (distante 344 km de Cuiabá) poderia chegar e conversar com ela, Botelho e Max Russi (PSB), os principais cotados para formação do que seria um parlamento estadual renovado, com maioria de representantes eleitos à primeira legislatura de suas vidas.
“Eu havia colocado meu nome para a disputa. Acreditava que poderia ter um grupo forte entre os novatos na casa e assim promover importantes mudanças no comportamento do legislativo estadual. Fui eleito para isso e acreditava que os novos futuros deputados também”, disse o deputado eleito na tarde desta quarta-feira (23). O declínio será “oficializado” aos futuros colegas nesta quinta-feira (24), pelos corredores da Assembleia, que tem sessão hoje.
Apesar do tom confiante demonstrado ao jornalista Paulo Coelho na segunda (22) sobre a superioridade numérica dos novos eleitos, já dava sinais de abertura “à conversa” com Guilherme Malouf (PSDB) e o próprio Botelho, a quem ele dá toda pinta de que vai apoiar. “Nestes últimos dias, percebi que não existe união entre nós [os 14]. Ao contrário, o grupo está desunido e isso é chato, preocupante, pois não atende aos anseios da população. Por isso, vou anunciar ao parlamento que estou fora da disputa”.
Fávero tem batido ponto na Assembleia desde o início da semana quente por lá, com invasão e protesto de servidores públicos insatisfeitos com o envio de projetos de reforma administrativa pelo governador Mauro Mendes (DEM) para votação dos deputados em fim de mandato. Projetos esses que vem sendo criticados com veemência por ele, que acusa Mendes de demonizar todos os trabalhadores públicos ao falar nos altos salários de apenas alguns.
Outro ponto sempre atacado por ele, à parte seu partido ser aliado do governador, é o não-pagamento da RGA, extinção de sete secretarias e seis empresas públicas. Chegou mesmo a questionar a legitimidade dos deputados cujos mandatos terminam em sete dias votarem os rumos de pelo menos os próximos quatro anos.
Afirma até mesmo, e com insistência, que será um deputado “independente”, sem ser voto certo às pautas do Executivo. “O que for bom, votarei pela aprovação”, sintetizou
Nos bastidores, corre a informação de que o objetivo agora é pelo menos a segunda vice-secretaria, na falta de posto mais alto. Ele não nega, mas também não confirma. “Não existe nada definido. Cheguei a receber do grupo deles uma proposta para assumir a segunda secretaria, mas neste momento nada está definido”, afirma.