O senador de Mato Grosso, Jayme Campos (DEM-MT), criticou a pressão exercida pelo Governo Federal para a aprovação da reforma da previdência. De acordo com o membro do Senado, a medida – considerada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) como prioridade em seu Governo -, não pode ser imposta ao Congresso “goela abaixo”.
Ele ainda considera uma "chantagem" o fato de diversas pautas de relevância nacional estarem condicionadas a aprovação da Reforma da Previdência. Campos deu a declaração numa matéria que foi ao ar na edição do Jornal Meio-Dia desta segunda-feira (13).
O senador participava de um evento, também realizado nesta segunda-feira, na Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt). O encontro reuniu parte da bancada de Mato Grosso do Congresso para debater o impacto do “corte” de 40% dos recursos do programa “Minha Casa, Minha Vida” na indústria da construção civil.
O suposto “corte” no programa habitacional vem sendo utilizado como moeda de troca pelo Governo Federal para pressionar pela aprovação da reforma da previdência no Congresso. Nesse sentido, o senador Jayme Campos mandou um recado ao Palácio da Alvorada: “O Poder Executivo não tem que patrolar o Congresso não. O Poder Executivo não tem que patrolar o Congresso não. Ali é uma casa de debates. Uma casa onde buscamos entendimentos. E certamente nós temos a responsabilidade e sabemos a importância que tem a questão da reforma da previdência social. Agora não se pode empurrar um projeto de goela abaixo”, avisou Jayme Campos.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Regional, em seus dez anos de existência, o Minha Casa, Minha Vida entregou mais de 4 milhões de moradias. Um investimento total de quase R$ 458 bilhões resultou na geração de 22 empregos diretos e indiretos para cada R$ 1 milhão investidos, além de representar 2/3 do movimento imobiliário nacional.
O orçamento atual do programa é de R$ 4,17 bilhões. Um aporte extra de R$ 800 milhões foi liberado pela Casa Civil e pelo Ministério da Economia, o que garante o funcionamento até junho. No entanto, para que as obras sejam tocadas até o fim do ano, mais R$ 800 milhões seriam necessários. Atualmente, existem 334,6 mil obras em andamento em todo o País e outras 50.221 paralisadas.
Já a reforma da previdência já foi enviada pelo Poder Executivo e agora aguarda aprovação dos deputados federais e senadores - que vem se queixando da "falta de diálogo" do presidente Jair Bolsonaro e dos ministros de Estado.