Procurador do MPF compara caso de filho de Bolsonaro a mensalinho pago por Silval
Em mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil no domingo (21), o procurador regional da República Danilo Dias comparou o caso envolvendo o ex-deputado estadual do Rio de Janeiro e atual senador da República Flávio Bolsonaro (PSL) ao mensalinho pago pelo ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa a deputados.
O membro do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília disse considerar que o caso do filho do hoje presidente e seu motorista Fabrício Queiroz, ainda em fase de investigação, se trataria de corrupção. “Não tenho dúvida de que isso é mensalinho”, escreveu. “No mesmo esquema de Mato Grosso com Silval Barbosa”, continuou.
As mensagens estão na parte 11 da série de reportagens da Vaza Jato, que mostra como membros do MPF e o ex-juiz Sérgio Moro conduziram a Operação Lava Jato de maneira parcial e com diversos indícios de irregularidades.
Na parte mais recente, os jornalistas divulgaram mensagens trocadas em grupos pelos membros do MPF. A avaliação dos procuradores, incluindo do chefe da Força Tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, é de que o caso “Queiroz” se trataria de emprego de funcionário fantasma com recolhimento de parte do salário pelo filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Em uma das mensagens, Dallagnol aparece dizendo que Flávio Bolsonaro “certamente” seria implicado no esquema.
Os procuradores ainda demonstraram medo de que Moro, agora como ministro da Justiça e Segurança Pública, atuaria para tentar enfraquecer as investigações contra o filho do presidente. O ex-juiz temeria que, ao tomar providências para investigar Flávio, sua possível indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) em vaga a ser aberta durante o mandato de Bolsonaro ficaria prejudicada.