O Sintep (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso) decide na próxima sexta-feira se entrará em greve no Estado. A possibilidade de paralisação das atividades ocorre após o Governo publicar uma portaria determinando o retorno das atividades presenciais nas escolas e já ventilando a possibilidade do retorno das aulas presenciais a partir de junho.
Por meio de nota, o sindicato alega que a categoria deseja o retorno das aulas presenciais somente após vacinação da classe. “É da vontade de todos os educadores o desejo pelo retorno presencial das atividades, no entanto, isso não pode ser feito de modo irresponsável e arbitrário, colocando em risco a vida das pessoas (trabalhadores, alunos e seus familiares) como uma verdadeira “roleta-russa”, testando a sorte de quem consegue ou não sobreviver à doença no caso de uma iminente contaminação”, afirma a nota.
O Sintep alega que a maioria das escolas estaduais não possui estrutura adequada para garantir a segurança dos alunos e profissionais. “Sabendo que diversas unidades escolares estão em situação precária, com banheiros danificados, infiltrações, mofo nas paredes, ausência de internet de qualidade, falta de ventilação adequada, dentre outros fatores”, frisa a nota.
Para o sindicato, o ideal é que os servidores sigam em teletrabalho, como ocorre desde o início da pandemia. Alega que as aulas estão ocorrendo. “O Sintep reforça seu posicionamento a favor da vida e orienta a categoria a manter o serviço em teletrabalho, resguardando assim a sua vida e de seus familiares”, completa.
RETORNO
Ontem, o Governo publicou portaria determinando o retorno presencial dos professores às escolas. Além disso, colocou a possibilidade das aulas voltarem no sistema híbrido a partir de junho, dependendo do comportamento da Covid-19 no Estado.
O governador Mauro Mendes também defendeu o retorno das aulas, citando que diversas categorias já estão atuando normalmente, mesmo sem vacinação. Alega que ela ocorrerá de maneira segura, já que as escolas estão estruturadas para receber os alunos.
Íntegra da nota:
O Sintep Mato Grosso reafirma a defesa para que o retorno das atividades dentro das escolas ocorra somente quando a população estiver amplamente imunizada.
-Diante do atual cenário em que Mato Grosso registra altos índices de contaminação e de óbitos em decorrência do coronavírus, com novas cepas, e, inclusive, atingindo inúmeros profissionais da Educação.
-Tendo em vista que as escolas públicas NÃO possuem infraestrutura física adequada para receber com segurança sanitária os trabalhadores, nem tampouco alunos, que em todo estado somam mais de 300 mil estudantes;
-Sabendo que diversas unidades escolares estão em situação precária, com banheiros danificados, infiltrações, mofo nas paredes, ausência de internet de qualidade, falta de ventilação adequada, dentre outros fatores;
O Sintep reforça seu posicionamento a favor da vida e orienta a categoria a manter o serviço em teletrabalho, resguardando assim a sua vida e de seus familiares.
O governo diz em seu site oficial que o retorno presencial das aulas está previsto para junho, e desde o início desta semana, determinou o retorno 100% presencial das atividades dentro das escolas com plantões pedagógicos e as aulas remotas sendo ministradas de dentro das unidades escolares.
O Sintep Mato Grosso destaca que sobre as aulas remotas, NÃO HÁ QUALQUER EXPLICAÇÃO LÓGICA para que o governo determine que essa atividade seja realizada de dentro das escolas, onde os profissionais acabam tendo que compartilhar o mesmo ambiente, equipamentos, não tendo ventilação adequada nas salas e assim aumentando significativamente o risco de contágio pela Covid-19. Sobre isso, o sindicato orienta que as aulas remotas devem continuar sendo ministradas das casas dos professores, como tem ocorrido desde o início da pandemia.
Quanto ao plantão pedagógico, o Sintep reafirma que esse é sim, um tipo de aula presencial, e que também coloca em risco a vida dos profissionais e dos estudantes e seus familiares, devendo, portanto, ser suspenso até que haja segurança sanitária.
Destacamos ainda que é da vontade de todos os educadores o desejo pelo retorno presencial das atividades, no entanto, isso não pode ser feito de modo irresponsável e arbitrário, colocando em risco a vida das pessoas (trabalhadores, alunos e seus familiares) como uma verdadeira “roleta-russa”, testando a sorte de quem consegue ou não sobreviver à doença no caso de uma iminente contaminação.
Finalizamos dizendo que, na próxima sexta-feira (21/05), está marcada uma Assembleia Geral do Sintep-MT, para que seja decidido coletivamente com os trabalhadores da Educação, quais medidas a categoria irá tomar diante da insistência do governo com a determinação para o retorno presencial, não descartando uma possibilidade de greve.