Mikaelle Oliveira, de 2 anos, contraiu a síndrome mão-pé-boca, na semana passada, em uma creche de Cuiabá. Ela chegou em casa com sintomas da doença como coceira, febre alta, manchas vermelhas e pequenas bolhas no corpo.
De acordo com a mãe de Mikaelle, Joice Reis Diniz de Oliveira a criança não conseguia dormir à noite, pois coceiras na pele
"Ela chegou toda se coçando e começava a chorar. Não dormia a noite. Eu avisei a creche, comuniquei o que estava acontecendo e levei ela para um Programa Saúde da Família (PSF) e a médica disse que ela estava com a síndrome pé-mão-boca", contou.
Nos últimos dias tem se observado em muitos estados brasileiros e também em Cuiabá, um surto da síndrome, uma infecção viral contagiosa, muito comum em crianças menores de cinco anos, principalmente entre seis meses e três anos.
De acordo com o ministério da saúde cerca de 150 mil casos foram registrados em 2020.
De acordo com o psiquiatra Celso Taques, a doença é benigna e não é preciso se preocupar.
"É uma doença viral e benigna na maioria das vezes. Geralmente ela vem com febre, que pode ser baixa ou moderada, mal estar, diarreia e também falta de apetite. Nós não devemos ficar preocupados com a doença. A criança tem que ser alimentada mais frequentemente, principalmente com líquidos", contou.
Em escola infantil na capital, uma criança também se infectou. A festa do pijama que estava agendada para os alunos foi cancelada. De acordo com a diretora da escola Daiane Holetz, a criança está isolada dos outros alunos.
"Todo ano a gente faz a festa do pijama na escola, porém há duas semanas, teve um caso isolado de pais que viajaram para outra cidade e a criança contraiu a síndrome. Desde então a gente ficou alerta, avisamos os pais e orientamos as educadoras sobre a síndrome", disse.
A Vigilância Epidemiológica de Cuiabá está fazendo uma investigação entrando em contato com as famílias que tiveram casos da síndrome. Segundo a gerente de vigilância de doenças e agravos transmissíveis de Cuiabá Flávia Guimarães, essas famílias estão sendo orientadas para que não haja mais contaminações.
"A investigação parte da entrevista na creche, na escola e com os pais na busca de ter informações de quantos casos estão acontecendo, quando que começou e quais os principais sintomas que essas crianças estão apresentando. Com essas informações a gente vai orientar as melhores formas de conduta para interrupção da contaminação", disse.
Em casos de contaminação a criança deve ser afastada do ambiente escolar. As medidas de prevenção e interrupção da cadeia de transmissão são fundamentais, como lavar as mãos e higienizar brinquedos.
O tratamento da síndrome da mão-pé-boca é baseado nos sintomas. Não existe medicamento específico e nem vacina para tratar a doença.