Prefeito e presidente da Câmara são suspeitos de comandar Máfia das Blitz em VG
O Ministério Público abriu nesta quinta-feira mais um procedimento investigatório contra o prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB). Desta vez, ele é acusado de, em parceira com vereador e presidente eleito da Câmara, Jânio Calistro (PMDB), estimular apreensão de motos e carros em blitz realizadas pela Guarda Municipal.
Caso seja comprovada a denúncia anônima encaminhada ao MPE com documentos detalhados do esquema, Walace e do presidente eleito da Câmara, o comandante da Guarda Municpal, Lourinei dos Santos, podem responder por atos de improbidade administrativa. Segundo a representação, Calistro é o "verdadeiro proprietário" do pátio para onde as motos apreendidas por irregularidades são encaminhadas.
Além do aluguel pago pela prefeitura pelo pátio, o esquema envolve as taxas pagas pelos motociclistas para liberarem os veículos. Para liberar cada veículo, o motorista desembolsa R$ 140 mais as taxas de "estadia" no pátio, além das eventuais multas recolhidas ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito).
O esquema, de acordo com a denúncia, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês. O MP suspeita que investimentos privados que estariam sendo feitos por Walace e Calistro no interior do Estado teriam sido bancados pelo esquema milionário.
A representação detalha que Calistro estaria construindo um hospital na cidade de Sinop, além de um condomínio residencial em Várzea Grande. Já Walace adquiriu outras fazendas no interior do Estado após assumir o Paço Couto Magalhães em janeiro de 2013.
OUTRAS INVESTIGAÇÕES
Walace é alvo de outras duas investigações no Ministério Público Estadual. Uma delas resultou na Operação Camaleão, deflagrada no dia 18 pelo Gaeco (Grupo de Ação de Combate ao Crime Organizado).
De acordo com a denúncia, a licitação para reforma de prédios públicas, de R$ 10 milhões, teria sido superfaturada e direcionada. Seis meses antes da construtora Carneiro Carvalho LTDA vencer o certame, funcionava como uma sapataria no Centro da cidade.
Outro inquérito trata de contrato firmado entre a prefeitura e a Penta Locação de Máquinas LTDA numa suposto direcionamento ao empresário Roni de Liz. A licitação prevê que o município gastará R$ 7 milhões com a coleta de resíduos sólidos, limpeza e pinturas de meios-fios.