Oito mil participam de ato contra Dilma em Cuiabá
A Polícia Militar estima que cerca de oito mil pessoas participaram do ato contra o Governo da presidente Dilma Rousseff (PT), realizado na tarde deste domingo (12), em Cuiabá.
O número é bem inferior ao registrado na Capital, no último mês. Na ocasião, mais de 30 mil pessoas, também de acordo com a PM, participaram do ato.
Para o protesto deste domingo, os organizadores chegaram a prever a participação de 50 mil.
A manifestação teve início por volta das 16 horas, com concentração na Praça Ipiranga, na Capital.
Os manifestantes permaneceram no local, por cerca de uma hora, de onde seguiram em caminhada pela avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha).
Eles acompanharam um carro de som e gritavam frases contra a presidente, além de entoarem o Hino Nacional Brasileiro.
A maior parte das pessoas, carregava faixas e cartazes que pediam, entre outros pontos, a reforma política no Brasil e a renúncia da presidente.
Assim como os demais protestos que ocorrem em todo o país, desde a manhã deste domingo (12), em Cuiabá, a maior parte das pessoas também optou por sair às ruas vestindo as cores amarelo e verde.
Forte presença policial
O ato contou com um forte policiamento. Acompanharam o protesto, policiais militares, agentes de trânsito da Capital (amarelinhos) e o Batalhão de Polícia Montada.
Com um grande número de policiais nas ruas, o clima foi de tranquilidade.
Entre os manifestantes, observou-se um grande número de crianças e idosos e não houve registros de confusão.
Pautas
O ato foi organizado pelo Movimento Muda Brasil e teve a renúncia da presidente Dilma como um das principais pautas defendidas.
Além disso, o Movimento pede a redução, pela metade, do número de Ministérios e corte com gastos públicos; o impedimento do ministro Dias Tófoli no julgamento dos processos da Operação “Lava Jato” (que investiga crimes de desvios de recursos públicos na Petrobras); a investigação do BNDES; e o basta à transferência de dinheiro para investimentos em Cuba, Venezuela e outros países.
Indignação
O Movimento Muda Brasil , surgido no ano passado, levou novamente as pessoas para as ruas de Cuiabá. Homens, mulheres, crianças, jovens e idosos, vestidos com camisas amarelas e tendo nas mãos cartazes e faixas, protestaram e mostraram a sua indignação.
“A sociedade brasileira precisa ter um espaço na gestão pública e o movimento nesse sentido vem crescendo. Temos aderido às manifestações nacionais porque entendemos que este é um momento importante de mobilização nacional”, destacou a administradora de empresas e uma das coordenadoras do movimento em Cuiabá, Lorena Lacerda.
Para a maioria das pessoas a palavra que espelha o sentimento atual é indignação.
“Quem está acordado, antenado com a situação do pais, está indignado. Eu protesto contra tudo que está ocorrendo nesse governo, a corrupção, os desmandos, as mentiras, tudo isso está levando o pais a um retrocesso. Nós como cidadãos temos o dever de lutar contra isso. Porque é assim que se faz uma democracia, com a luta de todos nós. Não podemos deixar que uma minoria, que se elegeu sabe-se lá como, levar nosso pais a essa situação. Eu estou indignada”, disse a médica Ely Olavarria.
Para o jornalista e analista político Onofre Ribeiro, a sociedade vive um desassossego, provocado pela indignação. “Na verdade, houve uma longa deterioração do pais, construída através do sistema partidário, político e que gerou um desmando geral. Na verdade, estamos aqui na rua falando de reforma partidária, de revisão no estilo de governar. Não adianta as pessoas, o pais trabalhar que não sustenta a maquina politica que gasta tudo e muito mais, nunca se arrecadou tanto, se gastou tanto e se deveu tanto. A única coisa que o poder teme é o povo na rua. Este é o único caminho”.
“Estou totalmente desconte com esse governo. Eu quero um governo que não roube, que não seja socialista. Um governo que defenda a sociedade, a iniciativa privada, a sociedade civil organizada”, disse outro manifestante.
“Estava lembrando a pouco que nessa mesma praça, na época do Dante de Olivera, nas Diretas já, um manifesta. Isso está acontecendo de novo. O Brasil tem ir ‘prá’ frente porque meus filhos e todos esses jovens tenham um caminho, um futuro. Eu protesto para que pare a corrupção, cada um tem que fazer a sua parte”, disse a secretária executiva Ana Paula Lima.
Muitos jovens, alguns com caras pintadas, também participaram do protesto. Para a maioria, a renuncia da presidenta Dilma e a investigação séria e punição dos corruptos, além de mais oportunidades de emprego foi o motivo que os levou as ruas.