JBS suspende atividades de frigorífico no Nortão e demite cerca de 200
A unidade da JBS Friboi em Matupá (220 quilômetros de Sinop) inicia, a partir de hoje, o procedimento para encerrar as atividades. A empresa aponta que o motivo da "suspensão dos trabalhos se deve a baixa disponibilidade de matéria-prima em algumas regiões do país, que tem provocado um sistemático aumento da ociosidade na indústria nacional" e informa que cerca de 200 colaboradores serão dispensados. "A companhia oferecerá a todos a possibilidade de transferência para unidades em Mato Grosso ou de outros estados. Para aqueles que não aceitarem a transferência, a JBS promoverá o desligamento e consequente indenização trabalhista, dentro da legislação vigente. A decisão de suspender as atividades da unidade já foi devidamente comunicada ao sindicato representativo da região. No Mato Grosso, a JBS ainda mantém em operação 11 unidades”, informa.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Carnes e Laticínios do Portal da Amazônia (Sintracal), José Evandro Navarro, chegou a mencionar, em entrevista ao Só Notícias, esta manhã, que cerca de 300 trabalhadores devem ser dispensados mas a empresa fala em aproximadamente 200. Evandro se reúne hoje com a diretoria do sindicato para analisar as medidas compensatórias. “Estivemos em conversação com a empresa desde março, e nos colocamos a disposição de negociar para evitar o fechamento da planta, mas nunca houve sequer uma proposta. Os trabalhadores serão convocados para uma assembleia geral durante a semana para esclarecimentos e outras informações”, informou.
O presidente do sindicato ainda criticou duramente a decisão de fechar a unidade. “Fico decepcionado com uma empresa que investe milhões em campanhas eleitorais, mas diz que não compensa manter a unidade aberta, por certo então que bancar campanha política é mais rentável que manter empregos”. Para o presidente do sindicato, o governo federal também responde pela situação. “O governo foi irresponsável em liberar bilhões de recursos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e não prever uma cláusula de manutenção de emprego”. No total, mais de 15 frigoríficos já foram fechados no Estado desde o início do ano, entre eles, uma unidade da Frialto em Sinop, onde mais de 500 trabalhadores foram demitidos.