Após 41 dias, o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Geraldo Riva (PSD), retirou na tarde de hoje o equipamento de monitoramento eletrônico que utilizava por determinação da juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane de Arruda Santos. Ele compareceu para fazer a retirada da tornozeleira eletrônica após uma decisão do desembargador Rui Ramos Ribeiro, que acatou parcialmente um pedido feito pelos advogados do ex-parlamentar reduzindo o número de medidas restritivas impostas diante da soltura na "Operação Imperador".
A juíza Selma Rosane de Arruda não retirou a tornozeleira. O trabalho foi realizado por uma assessora, já que a magistrada se encontrava em audiências já programadas anteriormente.
O ex-deputado entende que as medidas restritivas eram desnecessárias e, por isso, ingressou no Tribunal de Justiça para retirá-las. Porém, ele descartou ingressar com novo recurso para afastar as medidas que permaneceram, como por exemplo, não comparecer ao prédio da Assembleia Legislativa. “Acho que as medidas que ainda restam não me atrapalham em nada. Então, é melhor que eu permaneça com elas, não vamos brigar por isso. São coisas que não mudam em nada na minha vida. Não tenho o que fazer na Assembleia, não tem nada pra eu fazer lá. Tenho uma filha deputada, mas não preciso ir até lá para falar com ela. Não muda nada", disse.
Apesar de mostrar descontentamento com a juíza Selma Rosane, o ex-deputado evitou criticá-la publicamente. "Não quero mais fazer comentários sobre o comportamento da juíza. Acho que toda vez que eu não concordar com o comportamento dela, eu vou à instâncias superiores reclamar", afirmou o deputado, que já entrou com várias ações de suspeição contra a magistrada.
O magistrado ainda determinou que Riva não está mais impedido de deixar sua residência aos finais de semana e período noturno. Também foi flexibilizada a restrição sobre eventuais saídas de Riva de Cuiabá, sendo que agora ele deve apenas informar a juíza sem a necessidade de aprovação de um pedido.
Foram mantidas as restrições que o impedem de entrar na Assembleia Legislativa e manter contato com os outros 14 réus na ação criminal em que é acusado de comandar um esquema que teria desviado R$ 62 milhões dos cofres públicos do Legislativo entre os anos de 2005 e 2009. Sobre o impedimento de adentrar ao parlamento, José Riva disse ao site Olhar Direto que não "muda nadapor não ter o que fazer lá".