"O dinheiro do VLT foi tirado de doentes e crianças", dispara Otaviano Pivetta
Prefeito de Lucas do Rio Verde e um dos principais apoiadores do governador Pedro Taques, Otaviano Pivetta (PDT) esparramou críticas à gestão passada do Estado, principalmente sobre a escolha do Veículo Leve Sob Trilhos (VLT) para ser o modal da Copa do Mundo 2014 e que, até agora, não andou um quilômetro.
Pivetta argumentou que desde quando foi consultado sobre a ideia, já avaliava como um projeto capenga e que, da forma que foi feito, é caso de corrupção, pois já foram gastos mais R$ 1 bilhão. Conforme o prefeito, esse dinheiro poderia ser investido em obras que a sociedade precisa.
“Quem arquitetou isso cometeu um crime contra a sociedade. Não vejo luz no fim do túnel pro VLT rodar. O dinheiro do VLT, mais de um bilhão, foi tirado de doentes, crianças e outras prioridades para fazer esse sonho louco. Não foi da sociedade, foi de alguém que teve o poder de decidir em uma obra sem solução”, alfinetou o prefeito, que coordenou a equipe de transição do governo Silval Barbosa (PMDB) para o governo Pedro Taques.
Além de dizer que foi um crime elaborar um projeto de obra faraônico, como esse do VLT, Pivetta apontou que a ideia só trouxe endividamento para o Estado. E tudo isso, diz, para sediar apenas quatro jogos da Copa do Mundo.
“O endividamento de Mato Grosso foi feito para preparar o Estado para quatro jogos da Copa do Mundo. E agora existe esse passivo que ninguém sabe o que fazer. Eu me pronunciei, desde a transição, sobre o VLT e até agora não mudou nada. Fazer obras faraônicas que não levam a lugar nenhum é crime”, pontuou o prefeito.
Por último, Pivetta acrescentou que quem fez, deve ser penalizado. “O projeto é capenga não tem um final objetivo. Começaram a fazer sem desapropriar, acabou o ano e não tiveram um sucesso da obra. Vejo tudo como um beco sem saída. Agora quem decidiu fazer precisa ser penalizado”, finalizou.
O TREM CUIABANO
As obras do VLT tiveram início em junho de 2012, com previsão de término para março de 2014, antes da Copa do Mundo. O trem deveria servir como 'vitrine' de um Mato Grosso moderno, mas acabou sendo apenas transtorno para os cuiabanos e vexame para os turistas.
Após muitas alterações de datas, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) prometeu encerrar o mandato com o trecho entre o Aeroporto, em Várzea Grande e o Porto, em Cuiabá, concluído, o que também não aconteceu.
Conforme o projeto do VLT, serão aproximadamente 22,2 km de extensão, ligando a região do CPA ao Aeroporto, e do Coxipó da Ponte ao centro de Cuiabá. Com o valor de R$ 1,47 bilhão, a implantação do VLT custa cerca de R$ 66 milhões por quilômetro.
O modal será implantado no canteiro central das avenidas Historiador Rubens de Mendonça, FEB, 15 de Novembro, Tenente Coronel Duarte (Prainha), Coronel Escolástico e Fernando Corrêa da Costa.