Maluf demite quatro funcionários presos em operação do Gaeco
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Maluf (PSDB), vai exonerar, ainda nesta quinta-feira (24), quatro dos servidores comissionados que tiveram mandado de prisão preventiva decretada pela Vara de Combate ao Crime Organizado, durante a Operação Metástase.
Outros seis servidores efetivos serão alvos de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), ainda neste mês.
Entre os demitidos está o consultor técnico jurídico da Mesa Diretora, Felipe José Casaril; as assessoras parlamentares Laís Marques de Almeida e Leonice Batista de Oliveira; e Vinícius Prado Silveira, da Secretaria de Controle Interno.
Já os servidores efetivos Sérvio Túlio Migueis Jacob e João Luquesi Alves (lotados na Procuradoria Geral), Agenor Jácomo Clivanti Júnior (ouvidoria Geral), Ana Marins de Araújo Pontelle (gabinete da deputada Janaina Riva), Geraldo Lauro e Maria Helena Ribeiro Alves Caramelo (gabinete do deputado Gilmar Fabris), serão alvos de sindicância.
Segundo Maluf, os fatos levantados pela Operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), indicam que a ação dos servidores gerou prejuízo à Assembleia.
“Em decisão conjunta tomada pela Mesa Diretora, decidimos exonerar os servidores comissionados que atuam no gabinete da presidência e na parte administrativa. Ao mesmo tempo, será aberto procedimento administrativo disciplinar para apurar as responsabilidades dos efetivos”, disse.
“Essas pessoas tinham sido mantidas pelo caráter técnico de sua função. Mas os fatos levantados pela Operação Metástase indicam que a ação dos servidores gerou prejuízo à Assembleia Legislativa”, afirmou.
Reformulação
O primeiro secretário Ondanir Bortolini, o Nininho (PR), afirmou que a Assembleia passa por reformulação e que as verbas desnecessárias serão extintas pela nova gestão.
“A Procuradoria da Casa nos orientou a tomar a decisão de demitir os comissionados, até que se apurem os fatos. Mas, uma vez se provando que não existe nada contra essas pessoas, com certeza, continuarão servindo a Casa de Leis”, disse.
“Mas, a Casa passa por uma reformulação. Criamos a verba de gabinete e os deputados terão outros recursos que substituirão essa verba, que, com certeza, não é benéfica para a Casa”, completou.
A operação
A Operação "Metástase" tem como alvos servidores da Assembleia Legislativa, acusados de organização criminosa, peculato e falsidade documental.
Entre os crimes, estariam desvios de verbas destinadas aos gabinetes dos deputados. Cada um tem direito a R$ 4 mil mensais.
A verba era concedida mensalmente aos servidores dos gabinetes dos deputados para compras em geral e custeio de outros serviços.
Ao todo, foram expedidos 22 mandados de prisão temporária, pela Vara de Combate ao Crime Organizado da Capital.
A suspeita do MPE teve início com as informações obtidas com o compartilhamento de provas da Operação Ararath, que foi possibilitada por decisão judicial do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).