Taques informa “desinteresse” em conciliação e aguarda ação contra Riva por difamação sobre desvio de R$ 230 milhões
O governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), informou, no dia 20 de outubro, seu desinteresse em firmar conciliação na Justiça com o ex-deputado José Geraldo (PSD). O caso versa sobre a abertura de uma queixa-crime, por calúnia e difamação em comentários sobre o “caso Cooperlucas”, a respeito de desvios de R$ 230 milhões, oferecida pelo chefe do Executivo contra o ex-parlamentar. O "tucano" aguarda que uma ação penal seja formada contra Riva.
A audiência de conciliação envolvendo as partes deveria ocorrer sob olhar do magistrado Mário Roberto Kono de Oliveira, do Juizado Especial Criminal Unificado de Cuiabá. Porém, após manifestação do governador, o encontro foi descartado. “Verifico que o querelante juntou petição informando o seu desinteresse de conciliar-se com o querelado, ao argumento da gravidade das acusações lançadas contra a honra e sua imagem, requerendo, portanto, o regular prosseguimento do feito, com o recebimento da queixa-crime”.
Conforme os autos, Pedro Taques afirma que Riva, no dia 11 de agosto de 2014, durante uma reunião que participou com o “Movimento LBBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais)”, teria o caluniado e difamado quando disse: “Agora, ninguém nunca saiu por aí questionando porque o doutor Pedro Taques pegou um processo de um rombo de mais de R$ 230 milhões de uma cooperativa e guardou em uma gaveta, deixou prescrever. Isso não é corrupção?”.
O caso Cooperlucas teve origem em fraudes na armazenagem de grãos da cooperativa e em operações de financiamentos agrícolas pelo Banco do Brasil, os chamados EGFs (Empréstimos do Governo Federal). Os envolvidos teriam realizado operações de financiamento agrícolas pelo Branco do Brasil e os grãos, que deveriam ser entregues à União, para amortização da dívida contraída junto ao banco, teriam sido desviados.
Em sua defesa, o governador “afirma que jamais atuou no referido processo, que alguns ofícios foram-lhe encaminhados pelo motivo de ocupar o cargo de Procurador-Chefe, cabendo apenas redirecioná-los”.
O juiz Mário Roberto Kono ainda aguarda o recebimento da proposta de transação penal que deve ser ofertada pelo Ministério Público, em favor de Riva. Caso o procedimento jurídico seja oferecido, a suspensão condicional do processo poderá ser empregada.