Juiz garante que ex-secretário tinha aval de ex-governadores para operar esquema

Imprimir
+ Geral
Segunda, 16 Novembro 2015 | FolhaMax
Em um dos trechos das 233 páginas da sentença que condenou o ex-secretário de Estado, Eder Moraes, a 69 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, o juiz da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider, afirma que as investigações conduzidas pela PF (Polícia Federal) e MPF (Ministério Público Federal) no transcorrer da Operação Ararath atestam o conhecimento do ex-governador e atual senador Blairo Maggi (PR) do esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional que ocorreram durante seu mandato na gestão estadual. 
Atualmente, Maggi é um dos investigados no inquérito 3842 que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) por conta do foro por prerrogativa de função na esfera criminal. O relator é o ministro José Dias Toffoli. Nos últimos meses, Maggi, que vai trocar o PR pelo PMDB, tem evitado comentar publicamente as investigações da Operação Ararath que o citam como beneficiário do esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional.
Em outro trecho, é citado que Silval Barbosa (PMDB), que antes de ser eleito governador foi vice-governador de Blairo Maggi, disse ao recpublicano de que tomaria dinheiro emprestado para atender interesses políticos. “O próprio Silval Barbosa afirmou que o então governador Blairo Maggi tinha conhecimento de que tomaria dinheiro emprestado em alguma factoring, visando atender as necessidades do PMDB”. Na época, Silval contraiu um empréstimo de R$ 4 milhões com o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, conhecido como Júnior Mendonça.
A sentença assinala ainda que Silval, a exemplo de Blairo Maggi, conhecia e autorizava Eder Moraes a agir para conduzir operações financeiras fraudulentas, para ter seus interesses atendidos. “Diante das operações fraudulentas (empréstimos e movimentações de contas), valores envolvidos, e detalhes das transações, demonstram de modo palmar que estas foram praticadas com o conhecimento e no interesse de Blairo Borges Maggi (ex-governador do Estado e atual Senador da República), em nome de quem Eder de Moraes Dias supostamente operava. As operações ocorreram, também, com conhecimento e autorização de Silval da Cunha Barbosa”, diz um dos trechos. 
Para atender aos interesses do esquema, o presidente do Bic Banco, José Bezerra de Menezes, ordenou ao Superintendente Luiz Carlos Cuzziol, que viesse a atender todas as necessidades financeiras de Eder Moraes. Cuzziol foi condenado a 31 anos de prisão a ser cumprido inicialmente em regime fechado. 
Uma das responsabilidades de Cuzziol foi agir para intermediar uma liberação de uma quantia milionária ao ex-deputado estadual José Riva (sem partido), que revela indícios de lavagem de dinheiro. “Luis Carlos Cuzziol anuiu a concessão de empréstimo simulado – também em nome da empresa Comercial Amazônia de Petróleo LTDA – cuja verdadeira finalidade era o “levantamento” da quantia de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais) para o deputado estadual José Geraldo Riva; conforme demonstrado mais adiante, os valores decorrentes dessa transação foram retirados da conta da Amazônia Petróleo mediante transferências para contas de empresas interpostas indicadas pelo citado Deputado Estadual", completa.

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
Joomla 1.6 Templates designed by Joomla Hosting Reviews